TCU constata queda na aplicação de vacinas em crianças com até 1 ano de idade
Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) constatou queda entre 22,4% e 35,7% na aplicação das principais vacinas em crianças com até 1 ano de idade entre 2015 e 2023.
O tribunal avaliou a cobertura vacinal dos cinco principais imunizantes aplicados a essa faixa etária: pentavalente, tríplice viral, pneumocócica, meningococo C e poliomielite.
A constatação foi que a taxa de vacinação começou a cair desde 2016, chegando em 2023 ao menor patamar do período analisado:
Os dados foram divulgados durante a sessão plenária desta quarta-feira (30).
Em seu voto, o ministro relator, Vital do Rêgo, lembrou que, com o fortalecimento das ações de vacinação, a cobertura vacinal no país cresceu no período de 2000 a 2015, quando foram alcançadas as principais metas preconizadas pelo Ministério da Saúde.
Porém, a partir de 2016, houve uma reversão do quadro.
"A partir de 2016, os índices de CV [cobertura vacinal] para as vacinas constantes do calendário nacional decresceram a patamares abaixo das metas estabelecidas. De acordo com os especialistas, para alcance da proteção coletiva, foram estabelecidas metas mínimas de 95% de cobertura vacinal para a maioria das vacinas para as crianças, com exceção das BCG e rotavírus com meta de 90%", explicou.
Segundo a Corte, o quadro foi agravado ainda mais com a pandemia da Covid-19 e com as notícias falsas sobre os imunizantes.
Rêgo também afirmou que a queda das coberturas vacinais "eleva o risco de retorno de doenças eliminadas e do aumento do número de casos de doenças imunopreveníveis na população".
Os dados levantados pelo TCU junto aos sistemas do Ministério da Saúde mostraram, ainda, que nenhum estado conseguiu alcançar as metas de cobertura em todos os cinco imunizantes analisados pelo tribunal no período de 2018 a 2023.
Em 2018, apenas os estados de Alagoas, Ceará, Minas Gerais e Rondônia conseguiram atingir a meta em quatro das cinco vacinas analisadas. No entanto, todos os estados ficaram abaixo da meta na Tríplice Viral D2.
A auditoria do TCU também tentou identificar as causas para a queda na taxa de cobertura vacinal de crianças com até um ano de idade.
Não há um consenso entre os especialistas, mas os principais motivos apontados foram:
Ao final, os ministros do TCU decidiram fazer uma série de recomendações ao Sistema Único de Saúde (SUS) e ao Ministério da Saúde como forma de tentar aumentar a taxa de cobertura vacinal.
Entre as recomendações, estão estabelecer um plano de comunicação sobre a necessidade de vacinação das crianças e melhor gestão dos dados do Programa Nacional de Imunizações.
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