Rebeldes republicanos desafiam Trump, que se enfraquece

O ex-presidente dos EUA Donald Trump durante apuração dos votos da eleição de meio de mandato nos EUA, em 9 de novembro de 2022. — Foto: Andrew Harnik/ AP 1 de 1 O ex-presidente dos EUA Donald Trump durante apuração dos votos da eleição de meio de mandato nos EUA, em 9 de novembro de 2022. — Foto: Andrew Harnik/ AP

O ex-presidente dos EUA Donald Trump durante apuração dos votos da eleição de meio de mandato nos EUA, em 9 de novembro de 2022. — Foto: Andrew Harnik/ AP

Inconformado com a derrota nas urnas, há dois anos Donald Trump incitou seus seguidores a reagirem contra a vitória de Biden, e eles invadiram o Capitólio. Esta semana, o ex-presidente americano instou os 20 congressistas rebeldes republicanos a destravarem o impasse na Câmara e votarem em Kevin McCarthy para presidente da Casa, e eles não obedeceram. Algo mudou no reino de Trump.

Uma das radicais, a deputada Lauren Boebert, do Colorado, aproveitou para estocar Trump, a quem costumava jurar lealdade: em vez de ligar aos congressistas para pedir apoio ao candidato, o ex-presidente deveria dizer a McCarthy para retirar-se da disputa, atestou ela no plenário.

Ultimamente, a coleção de reveses do ex-presidente só aumenta. Nas eleições de meio de mandato, tornou-se o grande derrotado, ao se engajar pessoalmente em campanhas de candidatos que não se elegeram. A maioria negava, como ele, o resultado das eleições de 2023. Enquanto isso, seu principal adversário no partido, o governador Ron DeSantis, reelegeu-se com facilidade na Flórida e se fortaleceu.

No apagar das luzes da legislatura democrata, a Câmara dos Representantes liberou as declarações de imposto de renda do ex-presidente entre 2015 e 2023, que ele sempre se recusou a revelar. De acordo com o Comitê de Tributação, Trump alegou prejuízos financeiros durante a sua presidência para reduzir a sua carga tributária. E em 2023, último ano de mandato, não pagou imposto de renda. Além disso, a Trump Organization foi condenada por fraude fiscal, entre a série de processos judiciais que envolvem suas empresas.

Outro golpe para o ex-presidente diz respeito às conclusões do comitê da Câmara dos EUA sobre a sua participação na invasão do Capitólio, que nesta sexta-feira completa dois anos. O grupo formado por sete democratas e dois republicanos recomendou aos promotores federais que Trump seja acusado por obstrução das investigações no Congresso, insurreição e conspiração para fraudar o governo. Caberá ao Departamento de Justiça abrir os processos.

Ao decidir ignorar Trump e bloquear a escolha do presidente da Câmara, a chamada “gangue dos 20 republicanos” expôs também outra realidade – a de que seu rei está só.

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