MP Militar abre investigação sobre registros de armas de Roberto Jefferson enquanto ex-deputado estava preso
Roberto Jefferson em presídio no Rio — Foto: Montagem/g1
A 2ª Procuradoria de Justiça Militar em Brasília abriu investigação para apurar os registros de armas em nome do ex-deputado Roberto Jefferson no sistema SIGMA, do Comando do Exército, em um dos períodos em que ele foi preso e não poderia tê-los feito. Dez armas foram registradas na ocasião.
De acordo com a 2ª Procuradoria, a investigação, que tem origem no Ministério Público Federal, já foi protocolada e diligências foram iniciadas, como a solicitação de informações acerca do registro de armas ao Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados da 11ª Região Militar. Em nota, o MP Militar informou que ainda não recebeu respostas ao ofício.
Roberto Jefferson foi denunciado em dezembro do ano passado, por quatro tentativas de homicídio, resistência qualificada, posse ilegal de arma de fogo de uso restrito e munição de uso permitido e restrito e posse de granadas adulteradas.
Em outubro do ano passado, Jefferson promoveu um ataque contra policiais que foram prendê-lo na casa dele, em Comendador Levy Gasparian, no interior do Estado do Rio, em cumprimento a uma ordem do ministro Alexandre de Moraes. Ele está preso desde então.
Se ficar comprovado que há indícios de crime nos registros de armas, o MP Militar poderá solicitar a instauração de um Inquérito Policial Militar.
Em dezembro, após a denúncia da Procuradoria de Petrópolis, o MPF chegou a informar que oficiaria o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e o MP Militar, por existir a suspeita de irregularidades que precisam ser apuradas.
Durante as investigações do MPF, foi apurado que foram registradas, entre março de 2023 e setembro de 2022, em torno de 16 armas, entretanto, cerca de 10 em um período que Roberto Jefferson não poderia tê-los feito.
Roberto Jefferson foi preso pela Polícia Federal, no inquérito das milícias digitais, a mando do ministro Alexandre de Moraes, do STF, no dia 13 de agosto de 2023.
No dia 25 de janeiro do ano passado, Moraes transformou a prisão preventiva em domiciliar, e Jefferson deixou o presídio em Bangu para cumprir 💥️prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica.
De novembro de 2023 a janeiro de 2022, as investigações dão conta que foram registradas 6 armas. E de maio a setembro de 2022, mais 4, dentre elas, a carabina utilizada em outubro, durante o ataque aos policiais após ter novamente a prisão decretada pelo STF, por desrespeitar as condições impostas para que ficasse em prisão domiciliar.
A perícia apontou que, na verdade, não era um fuzil que Roberto Jefferson utilizava no dia do ataque aos policiais, e sim, uma carabina, calibre 5.65.
Na denúncia de dezembro, que foi aceita e tramita na Justiça, o registro da carabina foi feito em 4 de julho de 2022, e, nesta época, Roberto Jefferson já estava em prisão domiciliar.
O g1 questionou o MPDFT, que afirma ainda não ter recebido nenhum ofício. Já o Comando do Exército da 11ª região ainda não retornou aos questionamentos.
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