Secretário de Mudanças Climáticas de SP critica projeto que adia ônibus elétricos
A Câmara Municipal de São Paulo aprovou, em 1ª votação, um projeto de lei do presidente da Casa, Milton Leite (União Brasil), que altera o prazo para a cidade zerar as emissões de gás carbônico de 2038, prazo inicial, para daqui a 30 anos, em 2054. O texto muda também outras metas de redução de poluentes e dá mais tempo para que as empresas de ônibus cumpram o que manda a lei.
Se a mudança for confirmada em 2ª votação, as empresas de ônibus podem voltar a comprar veículos movidos a diesel. Desde 2022, elas só podem adquirir veículos sustentáveis. A justificativa das alterações aponta dificuldade para expansão da frota de ônibus elétricos e a falta de infraestrutura para operação do sistema nas garagens.
Pelo programa de metas da Prefeitura de São Paulo, até o fim deste ano, a frota de ônibus municipais deveria ter, pelo menos, 20% de veículos de matriz energética limpa, como os elétricos. O índice está em 3,19%. No fim de novembro, a Prefeitura anunciou a compra de mais 1.300 coletivos elétricos a partir de um financiamento de R$ 2,5 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Em entrevista à Rádio Eldorado o secretário-executivo de Mudanças Climáticas de São Paulo, Renato Nalini criticou o projeto aprovado pela Câmara. "Nós fomos apanhados de surpresa. É um desastre", afirmou. O secretário contou que a Prefeitura está negociando outra versão para a 2ª votação e relatou que o texto, na primeira versão, seria vetado pelo prefeito Ricardo Nunes.
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