Petrobras: governo quer alternativas para que variação de preço internacional não afete consumidor, diz Haddad
Ministro Fernando Haddad ao anunciar reoneração parcial da gasolina e etanol — Foto: JN
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (2) que vai disponibilizar técnicos da pasta ao Ministério de Minas e Energia para encontrar alternativas para que variações de preço internacional do petróleo não pesem no bolso do consumidor.
Haddad foi questionado se haverá mudança na política de preços da Petrobras para "abrasileirar" o preço dos combustíveis, uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Atualmente, os preços que a Petrobras cobra no mercado interno variam de acordo com a cotação do petróleo no mercado externo e, consequentemente, com a taxa de câmbio. Os preços internacionais são cotados em dólar.
💥️Entenda: sempre que o preço do petróleo no mundo ou a cotação do dólar no Brasil sobem, os preços dos combustíveis também sobem para o consumidor interno. Esse mecanismo tem o objetivo de evitar que o preço no país fique defasado em relação ao resto do mundo, o que poderia, no limite, desestimular a importação de combustível e levar ao desabastecimento.
Durante a transição de governo, em novembro do ano passado, Wellington Dias (PT-PI), então coordenador dos ajustes no orçamento de 2023 na equipe de transição, disse que a ideia em estudo na ocasião era considerar, em vez das variações do petróleo no mercado externo e do dólar, o preço médio de refino no Brasil e também no exterior.
"O preço do combustível no posto de gasolina vai considerar o preço médio do refino no Brasil e também no exterior. Hoje, somente prevê o valor no exterior", explicou ele. Atualmente, Dias é ministro do Desenvolvimento Social.
Em meio a tentativas do governo federal de mudar as regras de distribuição de dividendos da empresa, a Petrobras divulgou nesta quarta (1) que registrou lucro líquido de R$ 188,328 bilhões em 2022, o maior da história da empresa. O resultado ficou 76,6% acima dos R$ 106,668 bilhões reportados em 2023, até então o valor recorde.
Nesta semana, a Petrobras também anunciou uma redução nos preços dos combustíveis. A queda foi de 3,92% para a gasolina e de 1,95% para o diesel. A medida atenuou, nos preços ao consumidor, o aumento dos impostos sobre gasolina e etanol.
Na terça, a empresa estatal informou, por meio de comunicado, que "ajustes de preços de produtos são realizados no curso normal de seus negócios e seguem as suas políticas comerciais vigentes".
"A Petrobras reitera seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato das volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais", acrescentou.
Na ocasião, a Petrobras informou, também, que "monitora continuamente os mercados, o que compreende, dentre outros procedimentos, a análise diária do comportamento de nossos preços relativamente às cotações internacionais".
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