Hora de Bap aprender com os muitos erros de Landim no Flamengo

BAP em entrevista ao Alt Tabet Imagem: Mariana Pekin/UOL

Luiz Eduardo Baptista, o Bap, é o novo presidente do Flamengo. Praticamente um irmão siamês de Rodolfo Landim, quando do lançamento da Chapa Azul e, posteriormente, a eleição do segundo, eles se separaram quando o atual presidente se recusou a apoiar sua candidatura, para ficar ao lado de Rodrigo Dunshee de Abranches e Marcos Braz - até os tijolinhos do Ninho do Urubu sabiam que esse continuaria a dar as cartas no futebol se a situação vencesse.

A vitória de Bap contra Landim/Dunshee foi indiscutível: 1731 votos, contra 1166. Desde cedo, as pesquisas de boca de urna sérias indicavam tal resultado. A ponto de Rodolfo Landim, mandar um desesperado áudio de whatsapp para seus amigos sócios, pedindo "pelo amor de Deus" que viessem votar, ao final da tarde. Não teve sucesso.

Bap e Landim tem personalidades bem parecidas. Ambos são empresários vitoriosos que, por isso, se consideram administradores fora de série, com opiniões firmes, que julgam acima do bem e do mal. Vaidosos, são elitistas e têm traços egocêntricos acentuados que beiram a arrogância.

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O grupo que apoia o novo presidente esteve ao lado do que deixa o cargo no final do ano. É administrativamente competente e foi se afastando de Landim, na medida em que ele parou de ouvir os principais colaboradores para se unir de forma quase incompreensível ao vice de futebol Marcos Braz, até quando esse agrediu covardemente um torcedor num shopping da Zona Sul, chegando a lhe morder a virilha.

Após o triste episódio, Braz mentiu deslavadamente na coletiva que deu nas dependências do clube e Landim "fez a egípcia": em vez de demiti-lo, colocou os advogados do clube para defende-lo. Uma vergonha com ecos nas arquibancadas, nas redes sociais e nos quatro cantos da Gávea.

Impulsivo e dado a repentes explosivos (mais até do que Landim), Bap precisará ouvir muito seus pares, notadamente seu vice-presidente geral Flávio Willeman, reconhecidamente um gentleman, extremamente competente e com entrada em todos os grupos políticos da Gávea.

A situação financeira que vai encontrar está longe de ser tranquila, mas se bem administrada, com o forte faturamento rubro-negro, poderá manter o clube em seu trilho de bons investimentos no futebol e até mesmo no início da construção do estádio.

Condições "sine qua non" é conquistar títulos no futebol nos três anos que terá à frente. Caso contrário, podem apostar, Rodolfo Landim voltará com tudo nas próximas eleições.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

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