Portos brasileiros têm queda na movimentação de cargas no semestre

Porto Rotterdam Exportação MSC

No primeiro semestre de 2023, os terminais de uso privado responderam pela movimentação de 337 milhões de toneladas, registrando queda de 4,04% (Imagem: Geert Vanden Wijngaert/Bloomberg)

A movimentação no setor portuário brasileiro apresentou uma queda de 3,29% no primeiro semestre na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram movimentados 513 milhões de toneladas, contra 530,5 milhões em igual período de 2018. O balanço com os números do setor foi apresentado hoje (26) pela Agência Nacional de Transportes Aquáticos (Antaq).

No primeiro semestre de 2023, os terminais de uso privado responderam pela movimentação de 337 milhões de toneladas, registrando queda de 4,04%. Já os portos públicos movimentaram 176 milhões de toneladas, com decréscimo de 1,83%.

Segundo a Antaq, das nove principais instalações portuárias do país, oito tiveram retração na movimentação de cargas no primeiro semestre, na comparação com o mesmo período de 2018.

Nos terminais de uso privado, a maior queda foi no Porto de Ilha Guaíba (SC), com queda de 37,83%; seguido pelo Porto de Tubarão (ES), com recuo de 25,48%; depois vem o terminal da Ponta da Madeira (MA), com queda de 7,06%; e São Sebastião (SP), que apresentou uma pequena queda de 0,55%.

Já entre os portos públicos, a maior queda na movimentação foi registrada no Porto de Itaguaí (RJ), com 11,05%; seguido do Porto de Paranaguá (PR), com recuo de 5,93%; depois vem o terminal de Rio Grande (RS), com 3,93%; e o de Santos (SP), com queda de 3,36%. Apenas o Terminal Aquaviário de Angra dos Reis (RJ) apresentou variação positiva de 11,40%.

As cargas mais movimentadas no primeiro semestre foram os graneis sólidos, que somaram 314,6 milhões de toneladas, representando queda de 6,80% em comparação com o primeiro semestre de 2018. Depois foram os graneis líquidos com 115,9 milhões de toneladas, o que representou incremento de 2,58% em relação a igual período do ano passado.

Também houve aumento, na comparação com o mesmo período do ano passo, na movimentação de contêineres, de 3,72% e de carga geral, com 2,76%. No primeiro semestre de 2023, as movimentações foram, respectivamente, de 55 milhões e 27,3 milhões de toneladas.

Mercadorias

Entre as mercadorias mais movimentadas o destaque ficou com o milho. Nos primeiros seis meses do ano, o setor portuário nacional movimentou 9,2 milhões de toneladas de milho, 116,53% a mais do que no mesmo período de 2018. O petróleo (combustíveis) também merece destaque com 102,8 milhões de toneladas movimentadas, aumento de 4,22% em comparação ao primeiro semestre do ano passado.

As principais quedas foram registradas na movimentação de minério de ferro cujo recuo foi de 8,90%, com 16,5 milhões de toneladas a menos do que no primeiro semestre de 2018, e soja com menos 5,3 milhões de toneladas em comparação ao primeiro semestre do ano passado, uma redução e 8,09%.

De acordo, a agência, o resultado reflete o fraco desempenho da economia brasileira e a retração da economia mundial. “A queda da movimentação no primeiro semestre de 2023 foi motivada de forma direta pelo recuo nos embarques de minério de ferro, que é a mercadoria de maior peso bruto movimentado.

O granel sólido de minério de ferro vem enfrentando problemas desde a ponta inicial da cadeia produtiva, devido ao rompimento de barragens e a um período atípico de chuvas intensas na região norte do país”, disse o gerente substituto de Estatística e Avaliação de Desempenho da Antaq, Leopoldo Kirchner.

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