Zelensky diz que guerra irá “acabar mais cedo” com Trump, UE não cede a “cha

As ligações entre Vladimir Putin e Donald Trump tornaram o candidato republicano na opção menos apetecível para a Ucrânia. No entanto, Volodymyr Zelensky manteve a neutralidade e nunca se posicionou oficialmente sobre os candidatos à presidência dos Estados Unidos da América. Após a vitória de Trump, o Presidente da Ucrânia não só não hostilizou o líder do país que é o maior fornecedor de armas da Ucrânia como declarou que a guerra iria “acabar mais cedo” com a recém-eleita administração republicana.

💥️“É claro que, com as políticas da equipa que agora vai liderar a Casa Branca, a guerra vai acabar mais cedo. Esta é a sua posição e a sua promessa à opinião pública, e é muito importante para eles”, vincou Zelensky, numa entrevista à televisão pública ucraniana, Suspline, conhecida na sexta-feira à noite.

O Presidente da Ucrânia revelou ter tido uma conversa telefónica com o novo líder norte-americano onde existiu uma “troca construtiva” de ideias. Nesse telefonema, 💥️Trump “ouviu os fundamentos” da Ucrânia e não disse “nada contra” os mesmos.

Um dos receios de Kiev com a vitória de Donald Trump passa pela existência de apoio norte-americano a uma negociação para a paz na Ucrânia que inclua a cedência de territórios ucranianos à Rússia, algo que a Ucrânia tem vindo a recusar veementemente. Por isso, o Presidente ucraniano voltou a sublinhar que “é muito importante ter uma paz justa”, para que a justiça seja feita depois de perder a sua "melhor gente" na guerra. Ainda assim, Zelensky voltou a deixar claro que quer que a guerra termine “no próximo ano por via diplomática”.

Durante a campanha eleitoral, Trump garantiu que, se fosse eleito, acabaria com a guerra entre a Ucrânia e a Rússia em apenas um dia e defendeu que a ajuda militar a Kiev estava a “drenar recursos” dos EUA. Eleito há quase duas semanas, o Presidente norte-americano ainda não divulgou os seus planos para cumprir a promessa eleitoral quanto ao conflito que dura desde 2022.

Zelensky critica telefonema entre Scholz e Putin

Um dia depois de ter sido conhecida a conversa telefónica entre o chanceler alemão e o Presidente da Rússia, Zelensky juntou-se às vozes críticas da atuação de Olaf Scholz. Zelensky acusou o chanceler alemão de ter aberto a “caixa de Pandora” e de contribuir para o fim do isolamento do regime russo. "E isso é exatamente o que Putin procura há muito tempo", enfatizou.

“Julgo que Putin não quer a paz. Mas isso não significa que não queira sentar-se à mesa das negociações com nenhum dos líderes. Para ele, trata-se de quebrar o isolamento político, o que é benéfico para si. Sentar-se, conversar e não negociar”, acrescentou Zelensky numa entrevista por ocasião do centenário da Rádio Ucraniana.

Além do Presidente da Ucrânia, também os partidos da oposição alemães criticaram a atitude de Scholz. O partido conservador alemão (CDU) viu o telefonema como "mais um sinal de fraqueza do que de força" e acusou o chanceler alemão de contribuir para "o sucesso da propaganda" russa.

Da parte do executivo alemão, a justificação do contacto telefónico prendeu-se com a “vontade de encetar negociações com a Ucrânia, com vista a uma paz justa e duradoura” e de mostrar “o compromisso inabalável da União Europeia (UE) com a Ucrânia”.

Outras notícias:

⇒ Os Governos da Estónia e do Japão anunciaram novas ajudas para o esforço de guerra da Ucrânia perante a invasão russa. Estónia aprovou o envio de equipamento e munições, segundo a estação de televisão pública estónia ERR. Além disso irá contribuir com uniformes navais, material de vigilância, miras, equipamento de proteção balística e vários tipos de munições.

⇒ A presidente da Comissão Europeia acusou este sábado a Rússia de usar novamente a energia "como arma", cortando o gás à Áustria. Contudo, Von der Leyen garantiu que os 27 Estados-membros da União Europeia estão "preparados" para enfrentar a "chantagem" de Vladimir Putin e "prontos para o inverno" pois "os depósitos de gás em toda a UE estão cheios". "Não permitiremos que ninguém nos chantageie. Nem mesmo o Presidente russo. Não permitiremos que o Governo de Putin, ou o próprio Putin, nos coloque de joelhos", disse o chanceler austríaco, Karl Nehammer. O objetivo do Kremlin é obrigar a UE a retirar as sanções sobre a Rússia.

⇒ Um navio russo causou um foco de tensão com as autoridades irlandesas. Depois de ter entrado ilegalmente em águas controladas pela Irlanda, a embarcação acabou por ser detetada pelas autoridades de Dublin e escoltada para fora do mar da Irlanda. Segundo o "The Guardian", o navio russo, que se suspeita ser espião, encontrava-se numa zona onde se encontram condutas e cabos submarinos considerados essenciais para a energia e a Internet daquele país. O navio da marinha irlandesa escoltou a embarcação russa para fora da zona económica exclusiva (ZEE) irlandesa.

⇒ O Presidente dos EUA, Joe Biden, vai reunir-se com o homólogo chinês, Xi Jinping, na capital peruana, Lima, durante a reunião do Fórum de Cooperação Económica Ásia Pacífico (APEC) pela terceira e última vez. Entre os tópicos das conversações deverá estar a preocupação dos EUA com o apoio da China à Federação Russa na guerra contra a Ucrânia, bem como sobre o destacamento de mais de 10 mil soldados norte-coreanos na Federação Russa.

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