Kayapós suspendem bloqueios na BR-163 até sair decisão judicial sobre disputa com governo
Os kayapós chegaram a parar caminhões que carregavam milho para protestar contra a falta de assistência do governo federal para proteger a etnia da pandemia de coronavírus (Imagem: REUTERS/Lucas Landau)
Índios kayapós que bloquearam na semana passada a rodovia BR-163, importante rota de exportação de 💥️grãos do 💥️Brasil, disseram que não conseguiram um acordo com o governo sobre suas demandas e aguardarão uma decisão judicial sobre a disputa.
Os kayapós chegaram a parar caminhões que carregavam milho para protestar contra a falta de assistência do 💥️governo federal para proteger a etnia da pandemia de 💥️coronavírus, demandando pagamentos atrasados de compensações que eles recebem desde que a pavimentação da BR começou há uma década atrás.
A etnia, que nesta semana acampou no acostamento da estrada, mas sem bloqueá-la, voltará para sua aldeia para esperar a decisão da 💥️Justiça Federal, que deve sair em 10 dias.
“Se o governo quiser parar os pagamentos, ele pode. Nós vamos esperar a decisão judicial”, disse o cacique Bepronti Kayapó, em vídeo publicado nas redes sociais após um encontro com representantes da Fundação Nacional do Índio (💥️Funai) que durou apenas 10 minutos.
Segundo o Instituto Kabu, que representa a etnia, a comunidade recebeu 32 milhões de reais em uma década para financiar projetos de sustentabilidade e iniciativas de apoio aos índios.
Os bloqueios na rodovia na semana passada geraram filas de caminhões de até 30 quilômetros.
A Funai pagou compensações atrasadas dos primeiros seis meses do ano, mas adiou uma decisão sobre os pagamentos futuros, segundo o instituto.
Entre suas queixas, os kayapós dizem que não foram consultados pelo governo sobre o plano de construção da ferrovia Ferrogrão, que deverá cruzar parte da Amazônia para ligar o Mato Grosso a portos fluviais para exportações de soja e milho.
A ferrovia foi projetada para correr em paralelo à BR-163.
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