Produção industrial no Brasil sobe 0,9% em dezembro, diz IBGE
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção subiu 8,2 % (Imagem: Pixabay)
A produção da 💥️indústria brasileira registrou em dezembro o oitavo aumento seguido mas ainda assim encerrou 2023 com a maior queda em quatro anos diante das consequências da pandemia de 💥️coronavírus, pressionada principalmente pelo setor de automóveis.
Apesar da sequência de ganhos, a indústria como um todo terminou 2023 com recuo na produção de 4,5%, segundo ano seguido de perdas após registrar contração de 1,1% em 2023, como consequência das medidas de contenção do vírus.
Foi a retração anual mais forte desde 2016, quando houve queda de 6,4%, segundo os dados divulgados nesta terça-feira pelo 💥️Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em dezembro, a indústria teve alta de 0,9% na produção em comparação com novembro e acumulou em oito meses ganhos de 41,8%, o que elimina a perda de 27,1% registrada entre março e abril, ápice do isolamento social para contenção da Covid-19.
Com esses resultados, o setor industrial está 3,4% acima do patamar de fevereiro de 2023 e termina o quarto trimestre com ganho de 5,1% sobre os três meses anteriores, quando houve alta de 22,3%.
Na comparação com dezembro de 2023, a produção teve alta de 8,2%. Ambos os resultados ficaram acima das expectativas em pesquisa da 💥️Reuters com economistas de avanço de 0,2% na variação mensal e de 6,3% na base anual.
“A indústria vem positiva com perfil disseminado, mas tem espaço muito importante a recuperar. Isso não é só pandemia, é algo que vem há alguns anos”, afirmou o gerente da pesquisa, André Macedo.
Veículos
Os dados do IBGE mostraram que em 2023 a maior pressão negativa foi exercida por veículos automotores, reboques e carrocerias, com contração de 28,1% contra o acumulado de 2023, pressionada principalmente, pelos itens automóveis, caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões e autopeças.
Na comparação de 2023 com o ano anterior, todas as grandes categorias tiveram queda, com destaque para bens de consumo duráveis (-19,8%) e bens de capital (-9,8%).
“Ambas têm a dinâmica de produção muito associada à indústria de automotores. No caso da primeira, com influência dos automóveis, como os carros, e no caso da segunda, os equipamentos de transporte, como caminhões”, explicou Macedo.
Em dezembro, três das quatro grandes categorias econômicas e 17 de 26 ramos pesquisados tiveram ganhos, o que para Macedo mostra regularidade de crescimento na produção industrial nos últimos meses.
Na comparação de 2023 com o ano anterior, todas as grandes categorias tiveram queda, com destaque para bens de consumo duráveis (-19,8%) e bens de capital (-9,8%) (Imagem: REUTERS/Washington Alves)
A principal influência segue sendo a de veículos automotores, reboques e carrocerias, com ganho de 6,5% no mês e acumulando expansão de 1.308,1% na produção nos últimos oito meses. Na outra ponta, a produção de produtos alimentícios apresentou queda de 4,4% em dezembro sobre novembro.
Já entre as categorias econômicas, bens de capital e bens de consumo duráveis cresceram 2,4% no mês.
Depois das perdas vistas em março e abril, a indústria passou a se beneficiar de estoques muitos baixos aliados à mudança da demanda de serviços para bens.
Mas a recuperação da indústria, embora tenha encontrado base nas medidas de auxílio do governo e na flexibilização do isolamento, ainda depende da uma retomada do mercado de trabalho, que vem mostrando mais dificuldades. O fim do pagamento do auxílio emergencial em dezembro também preocupa.
“O mercado de trabalho passa longe de uma recuperação. No fim do ano um fator importante foi o valor menor do auxílio emergencial, que traz uma redução do ritmo. Esse é um fator importante porque alcançou boa parte da população e que vai daqui pra frente definir os rumos da indústria e economia”, destacou Macedo.
A mais recente pesquisa Focus do Banco Central mostra que os economistas esperam ganho de 5,02% da produção da indústria em 2023, com um aumento de 2,40% em 2022.
💥️(Atualizada às 10h10)
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