Dólar fica estável em sessão volátil antes do 2° turno das eleições, mas dispara na semana
O dólar ainda subiu 2,97% no acumulado da semana (Imagem: Unsplash/Alexander Schimmeck)
O 💥️dólar (💥️USDBLR) fechou perto da estabilidade frente ao real nesta sexta-feira, sessão marcada por instabilidade devido a fatores técnicos e à aproximação do segundo turno das 💥️eleições presidenciais, em meio a temores sobre possível contestação do resultado de domingo e incerteza sobre qual será a agenda fiscal do próximo governo, fatores que ajudaram a impulsionar a moeda no acumulado da semana.
A moeda norte-americana à vista teve variação negativa de 0,01%, a 5,3023 reais na venda, após sessão volátil. No maior nível do dia, a divisa saltou 1,52%, a 5,3835 reais, antes de perder fôlego no final das negociações e fechar perto das mínimas intradiárias.
Na 💥️B3 (💥️B3SA3), às 17:07 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,73%, a 5,2960 reais.
Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital, disse que o afastamento do dólar em relação aos maiores patamares do pregão refletiu, em parte, a volatilidade antes da formação da taxa Ptax, que acontecerá na segunda-feira, último dia do mês e primeiro pregão pós-segundo turno.
A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo 💥️Banco Central. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas ou vendidas em dólar, o que geralmente provoca intenso vaivém nas negociações.
Mas também colaborou para a instabilidade dos negócios nesta sessão o temor de que o resultado segundo turno de 30 de outubro entre o candidato à reeleição 💥️Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente 💥️Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja contestado.
“Se ele (Bolsonaro) perder, é provável que conteste o resultado”, disse em nota Robert Wood, principal economista para América Latina e Caribe da Economist Intelligence Unit (EIU), citando a acusação recente da campanha do atual presidente de que rádios do país estariam cometendo irregularidades na exibição de inserções eleitorais para, supostamente, favorecer Lula.
Operadores esperam que o banco central norte-americano eleve sua taxa de juros em 0,75 ponto percentual em novembro e em 0,50 ponto em dezembro (Imagem: Unsplash)
“Embora isso possa inaugurar um período de instabilidade na esfera política e nos mercados financeiros, esperamos que prevaleça a força das instituições democráticas brasileiras”, completou Wood.
O Citi tem visão parecida. “Embora acreditemos que a chance de eleições contestadas não seja tão baixa quanto gostaríamos, as consequências não serão duradouras e os tribunais eleitorais derrubarão uma possível acusação de Bolsonaro, provavelmente dentro de um mês, em nossa opinião”, avaliou o banco norte-americano em relatório publicado nesta sexta-feira.
Há meses o atual presidente vem atacando, sem provas, as urnas eletrônicas, que diz serem passíveis de fraude, e durante a campanha ele e aliados têm insistido na mensagem de que as autoridades eleitorais trabalham contra sua reeleição.
Enquanto isso, alguns investidores mostravam preocupação com a questão fiscal, já que Lula, líder nas pesquisa de intenção de voto, ainda não forneceu grandes detalhes sobre o que planeja fazer na frente econômica caso seja eleito.
Na quinta-feira, a publicação de uma carta em que o petista menciona a intenção de governar com responsabilidade fiscal caso seja eleito chegou a animar pontualmente o mercado brasileiro, mas a euforia perdeu força depois que investidores viram que o documento não trazia muitas novidades.
“Ficou claro ontem como o mercado local está carente de um sinal sobre o futuro da economia com a possibilidade, a ser confirmada ou não neste domingo, de um novo mandato do ex-presidente Lula”, escreveu Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.
Enquanto isso, no exterior, a manutenção de esperanças de que o Federal Reserve possa desacelerar seu ritmo de altas de juros colaborou para a devolução dos ganhos do dólar nesta sexta-feira, disse Bergallo, da FB Capital.
Operadores esperam que o banco central norte-americano eleve sua taxa de juros em 0,75 ponto percentual em novembro e em 0,50 ponto em dezembro.
Depois de subir acentuadamente no início da semana em meio à cautela eleitoral, o dólar registrou alta de 2,97% frente ao real na comparação com o fechamento da última sexta-feira.
Essa foi sua maior valorização percentual semanal desde o salto de 3,14% visto no período findo em 17 de junho.
No mês de outubro, a moeda ainda acumula queda de 1,7%, e, no ano, cede 4,9%.
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