Carne na lata é tradição da culinária caipira que ganhou status de iguaria
✅ " É um negócio antigo, do tempo que não tinha geladeira. A gente matava um porco bastante grande, de até 10 arrobas, e guardava a carne na lata", recita Landim, que não perdeu o hábito depois do advento da refrigeração. "
"O bom é que, quando chega visita, a comida está pronta e a gente pode servir mais rápido."
✅"As carnes são cozidas lentamente em gordura, que age como conservante e amaciante. Após a cocção, a carne é conservada, geralmente, em recipiente de barro ou vidro, sem contato com o ar e a luz", explica a autora.
💥️Tradição conservada
Pelas cozinhas interioranas do Brasil, é o porco que impera nesse preparo. A receita, passada de pai para filho, é um dos pontos altos do dia da matança do porco, quando parentes e vizinhos se reúnem para abater o animal que passou os últimos meses na engorda.
Como é carne que não acaba mais, diferentes preparos ajudam a aproveitar o bicho inteiro, do focinho ao rabo. Somente pernil, lombo e interior da paleta são destinados às latas. Há muita ciência nessa escolha, já que carnes sem ossos têm maior durabilidade.
Carne na lata
Dificuldade Fácil Ver receita completaA lata é o material mais usado no interior, mas vale apelar para o vidro e até para o pote plástico com tampa hermética. O segredo, ensina Angelita, é ter cuidado para que nenhuma pontinha de carne escape da proteção da gordura, o que compromete a conservação. "Costumo armazenar em latas pequenas, para usar o conteúdo todo de uma vez só", ela diz.
💥️Validade impressionante
Fechada a tampa, Rafa aconselha esperar de uma semana a 15 dias antes de comer, para apurar o sabor. Melhor ainda se for depois de um mês. Depois disso, o tempo de validade é impressionante.
✅Fora da geladeira, dura até uns três meses se estiver em local fresco. Na refrigeração, é ainda maior. Abri recentemente uma lata que guardei na câmara fria por dois anos, estava deliciosa", diz o chef.
Na hora de servir a carne na lata, não há regras. Se a visita chegou sem avisar, como é costume na roça, basta jogar carne e gordura na panela e esperar borbulhar.
No Celeiro Arimbá, Angelita serve a iguaria como sugestão do dia, na companhia de tutu de feijão ou de feijão tropeiro. Mas os cortes também rendem belos sanduíches e entram naquela farofa rica, que a gente respeita.
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