O primeiro batizado por Pelé? Rei pediu para ser padrinho de primo de jogador do Santos em 1959: "Foi uma loucura&#3

Uma tempestade atingiu a pequena cidade de Votorantim na manhã de 21 de dezembro de 1959. Era o dia do batizado de Otaviano Dias Filho, um bebê de três meses. Mas não foi um batizado qualquer.

O padrinho foi ninguém menos que Edson Arantes do Nascimento, um jovem de 19 anos que havia acabado de ser a estrela do primeiro título de Copa do Mundo da seleção brasileira, um ano antes na Suécia.

Aos 19 anos, Pelé batizou Otaviano em dezembro de 1959, em Votorantim — Foto: Arquivo pessoal 1 de 7 Aos 19 anos, Pelé batizou Otaviano em dezembro de 1959, em Votorantim — Foto: Arquivo pessoal

Aos 19 anos, Pelé batizou Otaviano em dezembro de 1959, em Votorantim — Foto: Arquivo pessoal

Com essa presença ilustre em um batizado no interior de São Paulo, imagina-se que Pelé tenha sido convidado para ser o padrinho, certo? Errado. Foi o próprio Rei - que ainda não era Rei - que pediu para batizar o bebê, que era primo de Fioti, lateral-direito e companheiro de Pelé no Santos entre 1956 e 1962.

Primeira vez que o Santos jogou na Europa, em maio de 1959; Fioti é o segundo em pé, da esquerda para a direita — Foto: Divulgação/Santos FC 2 de 7 Primeira vez que o Santos jogou na Europa, em maio de 1959; Fioti é o segundo em pé, da esquerda para a direita — Foto: Divulgação/Santos FC

Primeira vez que o Santos jogou na Europa, em maio de 1959; Fioti é o segundo em pé, da esquerda para a direita — Foto: Divulgação/Santos FC

Quem batizaria o recém nascido seria o próprio Fioti, como lembra a irmã de Otaviano, Marlene Dias Mitidieri que tinha 10 anos na época.

– O Pelé sempre estava na casa do meu primo Fioti, porque sentia muita saudade da família dele no interior. (No dia do batizado), o Fioti ligou para o meu pai que havia um probleminha, que ele viria, mas o Pelé queria vir junto e batizar o meu irmão Otaviano. Perguntou se poderia e meu pai falou que não teria problema, que ia conversar com a minha mãe e com o padre para mudar o nome do padrinho do Otaviano. E veio.

Otaviano e a irmã Marlene têm uma história grande com o Rei Pelé — Foto: Arcílio Neto 3 de 7 Otaviano e a irmã Marlene têm uma história grande com o Rei Pelé — Foto: Arcílio Neto

Otaviano e a irmã Marlene têm uma história grande com o Rei Pelé — Foto: Arcílio Neto

– Foi uma loucura em Votorantim, porque em 1959 ele estava voltando com toda a fama do Mundial de 1958 e foi aquela festa. A invasão de Sorocaba (cidade vizinha) em Votorantim, invasão de repórteres e o Santos, muito gentilmente, cedeu o carro que trouxe meus primos e os filhos. Foi uma festa, ninguém acreditava – lembrou Marlene.

Pelé no dia do batizado de Otaviano, em novembro de 1959, em Votorantim — Foto: Arquivo pessoal 4 de 7 Pelé no dia do batizado de Otaviano, em novembro de 1959, em Votorantim — Foto: Arquivo pessoal

Pelé no dia do batizado de Otaviano, em novembro de 1959, em Votorantim — Foto: Arquivo pessoal

Desde os primeiros anos de vida, Otaviano, assim como Edson, também se transformou em Pelé. Hoje aos 63 anos de idade, é assim que as pessoas chamam o mecânico que, diferentemente do xará, não tinha muita habilidade com a bola.

Otaviano, o Pelé de Votorantim — Foto: Arcílio Neto 5 de 7 Otaviano, o Pelé de Votorantim — Foto: Arcílio Neto

Otaviano, o Pelé de Votorantim — Foto: Arcílio Neto

– Eu não falo para ninguém que eu sou afilhado. A não ser que eu encontre com uma pessoa mais velha que eu, que viu. Mas eu chegar assim e falar: "eu sou afilhado do Pelé", não falo, por que quem vai acreditar? Pô, o cara está de brincadeira, afilhado do Rei? Não tem como – brincou Otaviano, o Pelé de Votorantim.

O único encontro entre os "Pelés" foi justamente no dia do batizado. Anos depois, o Rei do Futebol mandou dois presentes ao afilhado: um trevo da sorte e cartões personalizados com os endereços de Pelé em Santos e em Nova Iorque, na época que jogava no Cosmos.

Trevo da sorte dado por Pelé a Otaviano — Foto: Arquivo pessoal 6 de 7 Trevo da sorte dado por Pelé a Otaviano — Foto: Arquivo pessoal

Trevo da sorte dado por Pelé a Otaviano — Foto: Arquivo pessoal

– Tive vontade de ir até ele, mas vou chegar lá e falar: sou seu afilhado. Sei lá se ia acreditar ou não. Poderia ser até que acreditasse, falando quem era meu primo, mas não me arrisquei. Fui batizado pelo Pelé. Isso vai ficar para sempre, não tem como mudar. Ele morreu, mas é eterno. É meu ídolo máximo – disse Otaviano, com doses de emoção.

– Ser afilhado do Pelé é bom. Sou afilhado do Rei, o primeiro. Tenho certeza que sou o primeiro. Podem ter outros, mas o primeiro sou eu – garantiu o Pelé votorantinense, que é, obviamente, torcedor do Santos Futebol Clube.

Certidão de nascimento de Otaviano com o nome de Pelé como padrinho — Foto: Arquivo pessoal 7 de 7 Certidão de nascimento de Otaviano com o nome de Pelé como padrinho — Foto: Arquivo pessoal

Certidão de nascimento de Otaviano com o nome de Pelé como padrinho — Foto: Arquivo pessoal

Sobre o momento da notícia da morte de Edson Arantes do Nascimento, Otaviano revelou que não conseguiu segurar a emoção na partida do lendário padrinho, nessa quinta-feira.

– Estava no supermercado quando recebi a notícia. Na hora que eu cheguei em casa, deu um nó em mim, na garganta. É duro, é esquisito – contou o afilhado do Rei.

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