Temer diz ser positiva política de privatização defendida por Guedes
(Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
O presidente 💥️Michel Temer avaliou como positiva a política de privatizações defendida pelo futuro ministro da Economia do 💥️governo Bolsonaro, 💥️Paulo Guedes. Temer disse fez isso em sua gestão ao lançar editais para concessão, por exemplo, de aeroportos, portos e rodovias. Para Temer, as únicas áreas que devem continuar sob a tutela do Estado brasileiro são segurança, educação e saúde.
“Privatização é algo que deu certo no Brasil, portanto, quanto mais privatizar eu acho melhor, sem mexer muito nesses setores fundamentais”, disse em entrevista nesta quinta-feira (6) a correspondentes internacionais, no Palácio da Alvorada, em Brasília. O presidente acrescentou que o Poder Público não tem condições de acolher todas as atividades do país.
Reforma da Previdência
Sobre a reforma da Presidência, Temer disse que se Jair Bolsonaro tem pressa na aprovação da idade mínima, o melhor caminho seria aproveitar a proposta apresentada pelo seu governo e que já está Congresso. “Eu sugiro que se possa aprovar a nossa proposta. Já está prevista lá, seria muito útil. Tem a vantagem que já tramitou, seria só aprovar na Câmara e no Senado, em dois turnos”, defendeu.
A hipótese não está fora dos planos de Bolsonaro que, ontem (5), disse que pretende votar a reforma em partes e o primeiro ponto será a idade mínima. O presidente eleito também não descartou adotar o texto que tramita no Congresso.
A proposta do governo Temer institui a idade mínima gradativamente, ao longo de 20 anos, até chegar a 62 anos para mulheres e 65 para homens, o que facilitaria a aprovação das mudanças pela sociedade.
Perguntado sobre o que não conseguiu fazer em seu governo, Michel Temer citou a reforma. Ele atribui o fracasso aos áudios da conversa entre ele e o empresário do grupo JBS, Joesley Batista. “Nós tínhamos até data e computados mais de 316 votos para aprovar a reforma da Previdência quando houve aquela questão da gravação, que depois eu percebi que se tratava de uma trama muito bem urdida para evitar a aprovação da reforma da Previdência e para [impedir] aprovar outros tantos gestos que eu iria praticar em relação a certos setores da atividade pública”, ressaltou. Ainda segundo Temer, no episódio, seus detratores receberam a “devida corregenda”. “Criaram problema de natureza moral para o presidente, mas um problema de natureza institucional para o país, porque paralisaram o país”, afirmou.
A gravação foi divulgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) depois que o ministro Edson Fachin retirou parcialmente o sigilo da delação premiada do empresário. Na conversa, Temer e Batista conversam sobre o cenário político, os avanços na economia e também citam a situação de Cunha (PMDB-RJ), que está preso em Curitiba. O entendimento do governo é que a frase dita por Temer “tem que manter isso, viu?” diz respeito à manutenção do bom relacionamento entre Cunha e Batista, e não a um suposto pagamento de mesada pelo silêncio do ex-deputado.
Processos
Na mesma entrevista Michel Temer reafirmou que depois que deixar a Presidência da República vai se dedicar à área jurídica. Sobre denúncias de corrupção que possa responder, Temer disse que não tem “a menor preocupação com as denúncias”. “Qualquer mente jurídica mais apurada vai ver que são pífias”. O presidente admitiu ainda que, moralmente, se sente “injustiçado”, mas que politicamente não, por estar acostumado.
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