Açúcar se ajusta a preço de liquidação e fundos especulam déficit global em 2023
Etanol garante a safra brasileira 18/19, contra o açúcar (Imagem: Pixabay)
Nesta mesma época, o ano passado, se comentava no mercado de açúcar que haveria menor produção global, a partir da safra 18/19 do Hemisfério Norte, que começava em setembro. O tempo se encarregou de derrubar a previsão de grandes tradings e consultorias globais e brasileiras, salvo rara exceção. O barulho agora recomeça, quando começam a olhar o próximo ciclo.
Nesta terça (23), enquanto Nova York (ICE Futures) viu um pequeno movimento de alta no contrato de outubro, os fundos tentaram jogar as telas do ano que vem mais alinhadas à essa expectativa igual à avaliada pela Kingsman, unidade da S&P Global Platts.
O ganho de hoje, em 42 pontos ou cerca de 3,4%, fechando o outubro em 11.98 cents de dólar por libra-peso, ficou mais restrito ao “movimento comprador de fixação de preços abaixo dos 12 c/lp”, avalia Maurício Muruci, da Safras & Mercado, que em seus relatórios desde 2018 duvidava do descasamento entre menor oferta e maior liquidez no ciclo atual.
Fato é que a oportunidade do açúcar na linha do custo de produção traz um movimento de compra dos grandes consumidores, montando mais estoques, inclusive se protegendo contra movimentos especulativos que podem surgir com essa nova onde sobre a safra futura dos concorrentes brasileiros.
A Kingsman, em despacho da Bloomberg, chega a apontar déficit de 3,7 milhões de toneladas sobre a demanda, contra o superávit de 3,2 milhões de toneladas. Inclusive analisa que o futuros de 2023 na ICE já precificam isso. Nesta terça, entre o contrato de março (12.96 c/lp) ao outubro (13.41 c/lp), as altas estiveram na média de 35 pontos.
Queda na Europa, por recuo no plantio de beterraba açucareira e até por problemas de produção com a proibição de um agente químico, e menor produção na Índia. O maior ator global hoje em açúcar poderia produzir 1 milhão a menos de tonelada, segundo a estimativa da consultoria, mantendo ainda excedente. Do Brasil, segura 28 milhões para o Centro-Sul, a partir da safra 20/21, a começar em abril.
Fica a expectativa, no entanto, em como vão lidar com produção excedente global nesta safra, de mais de 4 milhões de toneladas que o USDA deu há três meses – a mesma que ajudou a sepultar as estimativas de déficit que davam para este ano – contando também com boas chances de o governo indiano seguir incentivando e ampliando as exportações (bem como o campo) com subsídios.
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