Insucesso no empréstimo obrigacionista coloca pressão sobre FC Porto &
A 💥️SAD do FC Porto conseguiu financiar-se em 21 milhões de euros no empréstimo obrigacionista, mas deveriam ter entrado 30 milhões nos cofres dos portistas. 💥️São nove milhões a menos que vão colocar maior pressão sobre as contas já de si depauperadas do dragão, que foi, de resto, uma das razões que justificaram o falhanço desta operação, consideram os especialistas ouvidos pelo ECO.
“Este financiamento serve normalmente para apoiar a tesouraria necessária para o dia-a-dia, pelo que significa menor disponibilidade financeira”, aponta Daniel Sá, diretor executivo do IPAM.
Paulo Reis Mourão, professor do Departamento de Economia da Universidade do Minho, acrescenta que 💥️a administração liderada por André Villas-Boas terá agora de procurar uma alternativa para preencher as necessidades de financiamento da SAD azul-e-branca.
“Instrumentos como a renegociação de contratos de direitos de imagem e televisivos, a captação de investidores de âmbito internacional, e a rentabilização dos intangíveis são mecanismos imediatos que de qualquer modo estarão ligados a um controlo mais incisivo das despesas de todo o clube”, frisou o docente universitário.
A braços com uma crise financeira, 💥️Villas-Boas tem procurado injetar dinheiro na SAD para fazer face à pressão de tesouraria que tem enfrentado desde que tomou posse em maio, após um longo reinado de 40 anos de Pinto da Costa. O próprio emprestou 500 mil euros do seu bolso face situação de urgência no Dragão.
As 💥️contas mostram um buraco de 120 milhões de euros nos capitais próprios da SAD azul-e-branca no final de junho, e Villas-Boas está💥️ a renegociar a dívida que ascende a 520 milhões (uma boa parte dela de curto prazo). No mês passado captou 115 milhões de euros junto de investidores americanos e no verão fechou a venda de 30% dos direitos do estadio num negócio que pode render 100 milhões.
"Este financiamento serve normalmente para apoiar a tesouraria necessária para o dia-a-dia, pelo que significa menor disponibilidade financeira.”
Adeptos desconfiados e divididos
O FC Porto 💥️anunciou na segunda-feira que 💥️a procura no empréstimo obrigacionista atingiu apenas 70% do objetivo dos 30 milhões de euros, numa oferta à qual acorreram pouco mais de 1.300 investidores — contra uma média superior a 4.000 investidores que participaram em anteriores operações, de acordo com os dados disponibilizados pela Euronext.
Tanto Daniel Sá como Paulo Reis Mourão não duvidam que a desconfiança em relação à situação financeira da SAD afastou muitos dos que no passado já compraram obrigações dos dragões.
“Os investidores não terão confiado o suficiente nesta proposta de empréstimo obrigacionista. Quem investe quer retorno pelo que esta não terá tido a atratividade desejada. 💥️As indefinições e frágil situação financeira do FC Porto poderão levar a esta insegurança dos investidores”, explica Daniel Sá.
Para Paulo Reis Mourão, “este insucesso mostra que o mercado do grande investidor portista está polarizado ou dividido” entre os apoiantes de Villas-Boas e de Pinto da Costa. “Numa imagem, 💥️a direção de André Villas-Boas tem a simpatia popular, mas parece não ter ainda convencido a aristocracia financeira”, frisa o docente da Universidade do Minho.
"Numa imagem, a direção de André Villas-Boas tem a simpatia popular, mas parece não ter ainda convencido a aristocracia financeira.”
Portistas superam fasquia dos 400 milhões
Com esta operação, a SAD portista já conseguiu financiar-se em mais de 400 milhões de euros através do mercado de capitais desde 2003, quando entrou na bolsa, revelam os dados da gestora da bolsa portuguesa.
Nos últimos anos, 💥️o mercado tem substituído a banca no que diz respeito ao financiamento dos três grandes e com grande sucesso: no seu conjunto os investidores já emprestaram mais de 1,2 mil milhões a FC Porto, Benfica e Sporting nas últimas duas décadas.
O registo histórico deste tipo de operações mostra que, não sendo habitual, 💥️já tivemos casos de SAD que não conseguiram levantar o dinheiro que pretendiam, como aconteceu com o Sporting em 2018, no rescaldo do fim de mandato turbulento de Bruno de Carvalho à frente dos leões.
Da mesma forma que, naquela altura, os mercados colocaram à prova a capacidade da direção de Francisco Varandas à frente dos leões, também poderão estar a 💥️“testar a maturidade financeira” de Villas-Boas, observa Paulo Reis Mourão.
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