Resposta de ex-diretor do Inpe a presidente gerou situação desconfortável, diz Marcos Pontes

Paulo Ramos

O deputado Paulo Ramos questionou o ministro pelas mudanças no Inpe (Imagem: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)

Após audiência pública na Comissão de Trabalho da 💥️Câmara nesta terça-feira (6), em que se recusou a comentar o assunto, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, respondeu a jornalistas sobre a demissão do diretor do 💥️Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galvão.

Pontes foi questionado por deputados de oposição, que cobraram explicações do ministro, que já foi vinculado ao Inpe. Paulo Ramos (PDT-RJ)  expressou as críticas de forma mais contundente:

“O presidente do Inpe tinha dado uma entrevista falando que ele estava na presidência do órgão com garantias constitucionais, ele tinha mandato. O que o ministro precisa responder primeiro é: qual o constrangimento que ele impôs ao presidente do Inpe para que ele aceitasse a exoneração? Qual o tipo de ameaça ele recebeu? Por que ele mudou de posição?”

💥️Aumento do desmatamento

Os problemas começaram com a divulgação de números sobre o desmatamento na Amazônia, com aumento de 88% em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado. O presidente Jair Bolsonaro mostrou desconfiança com o levantamento do Instituto de Pesquisas Espaciais, e a crise culminou na demissão do diretor do órgão.

O ministro Marcos Pontes disse que a decisão de sair foi do próprio diretor, após ter trocado declarações pela imprensa com o presidente da República, que chamou os números de “mentirosos”.

“O que eu falei para ele foi exatamente isso: olha, se quando surgiu toda essa discussão, se você tivesse falado comigo, a gente podia ir junto lá falar com o presidente, e ajustar isso no diálogo, que era muito mais simples, trabalhar esse assunto com o ministério, junto. Mas como ele falou diretamente ao presidente, causou uma situação muito desconfortável para ele, desconfortável para mim também, e nessa situação não havia mais clima para ele ficar, ele mesmo falou isso aí”.

Pontes explicou que não haverá mudanças na metodologia de avaliação do desmatamento, mas disse que o sistema do Inpe deve se adaptar a demandas da área ambiental do governo, que precisam de mais precisão e maior rapidez para poder impedir o desmatamento.

💥️Transparência

“O tipo de dados, como vai ser feito a entrega desses dados, isso depende do Ibama. Talvez a gente faça como era feito até o ano passado, entregar os dados primeiro para o Ibama, para que ele tenha tempo de ação, e depois de 5 dias publicar, ou vai ser feito diretamente na página, com transparência, isso é importante. E os dados de desmatamento estão aí. Pode ser 20%, ou 2000%, o fato é que a gente tem de trabalhar na solução do problema, que é reduzir esse desmatamento.”

No lugar do ex-diretor do Inpe foi nomeado um pesquisador ligado à Aeronáutica, o coronel Darcton Policarpo Damião.

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