Termômetro molhado: onde de calor impede suor humano e gera alerta no mundo
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"Durante milhares de anos, as pessoas conviveram com ele e se adaptaram a este tipo de calor. Mas devido à mudança climática, as temperaturas ultrapassam atualmente as capacidades de adaptação do corpo humano", diz. "O problema é a combinação de altas temperaturas e umidade. Os cientistas nos mostraram que devido à mudança climática, a capacidade da atmosfera de absorver a umidade aumenta. Normalmente, o corpo humano libera calor transpirando. Quando o suor se evapora, isso refresca o corpo. Mas devido às fortes taxas de umidade, o suor não pode se evaporar e o corpo não libera o calor. Isso é mortal", explica.
Como o Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre a Evolução do Clima, o IPCC, alertou em seu último relatório, alguns dos limites à adaptação a essas mudanças poderiam ser ultrapassados. Nestas condições, cada grau e cada grama de CO2 emitido conta.
A Espanha atravessa uma onda de calor e seca que coloca em risco a agricultura do país. França teme que as altas temperaturas atravessem a fronteira, cheguem ao sul do país e piorem a falta de chuvas que atinge a região. Vários países passam nos últimos meses por ondas de calor recorde e cientistas alertam que humanidade terá dificuldades de se adaptar.
A Espanha registrou na quinta-feira (27) um recorde de temperatura absoluto para um mês de abril, com 38,8°C em Córdoba (sul), de acordo com dados provisórios publicados nesta sexta-feira (28) pela agência meteorológica espanhola (Aemet).
Esta temperatura, registrada na estação meteorológica do aeroporto da cidade andaluza, "pode ser (...) a temperatura recorde na Espanha continental para um mês de abril", de acordo com publicação da Aemet no Twitter.
As temperaturas são em média 10° a 15° superiores ao normal desta época do ano. O recorde anterior foi registrado no país em 2011, em Elche (leste), com 38,6°C.
As altas temperaturas levam a Espanha a tomar medidas excepcionais. Em Madri, as autoridades preveem mudar os horários escolares, em Barcelona, o número de abrigos climáticos para pessoas vulneráveis será aumentado e as cidades de Cádiz e Almeria limitam os horários de trabalho à manhã no setor da construção.
Os profissionais de saúde também alertam para os riscos de doenças, principalmente cardiovasculares.
Perdas irreversíveis
Além das temperaturas, a Espanha, que exporta uma grande parte de sua produção agrícola para o resto da Europa, enfrenta uma seca catastrófica que preocupa agricultores e autoridades.
Segundo o Coag, principal sindicato de agricultores, 60% das terras agrícolas espanholas estão atualmente "asfixiadas" pela falta de precipitações.
A falta de chuva já causou "perdas irreversíveis" para mais de 3,5 milhões de hectares de cereais e a grande maioria das colheitas já está completamente perdida. O governo desbloqueou mais de ? 1 milhão de para ajudar 820.000 agricultores espanhóis.
A situação também favorece incêndios e levou o governo a lançar, na sexta-feira, de maneira antecipada, sua campanha de vigilância em possíveis focos.
Onda de calor na França
Os temores agora, são de que a onda de calor atravesse os Perineus e se alastre pelo sul da França no próximo fim de semana. Os departamentos às margens do Mar Mediterrâneo, no sul do país, também atravessam uma forte seca, a situação já é crítica nos Perineus Orientais. De acordo com especialistas, se não chover nos próximos meses, esta região ficará na mesma situação da Espanha.
Segundo a ONU, 75% do território espanhol está em via de desertificação.
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