Baiacu pode matar e é vendido como sashimi por até R$ 750

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Os baiacus pertencem às famílias Tetrodontidae e Diodontidae, peixes que têm a capacidade de inflar o corpo para se defender dos predadores.

Quando o baiacu está completamente "cheio", uma válvula localizada na base da boca do peixe é pressionada em direção aos dentes. Dessa forma, ela fecha a saída da água armazenada no estômago.

"Ao aumentar de tamanho rapidamente, ao engolir rapidamente água ou até mesmo ar, o baiacu torna-se difícil de ser abocanhado, surpreendendo o predador. Algumas espécies possuem espinhos na pele que ajudam a tornar esse ato ainda mais surpreendente ao atacante", explicou a 💥️Ecoa.

Graças à sua pele também altamente elástica, o baiacu não se rompe quando inflado. Outra parte adaptável do corpo do peixe é a espinha. Flexível, ela pode se curvar para se adequar à nova forma do corpo.

Esse peixe também possui dentes que crescem o tempo todo e devem ser desgastados. Para isso, ele mastiga corais, mariscos e crustáceos, cujas cascas acabam lixando os seus dentes, evitando que cresçam a ponto dele não conseguir mais fechar a boca e ficar sem comer.

Os dentes do baiacu nunca param de crescer, por isso ele tem que ficar mastigando corais, mariscos e crustáceos - Reprodução/Twitter/@BiologoRangel - Reprodução/Twitter/@BiologoRangel O sashimi feito com carne de baiacu, além de perigoso é caro: no Japão pode custar de R$ 400 a R$ 700 - Reprodução/Wikimedia Commons/Raita Futo - Reprodução/Wikimedia Commons/Raita Futo

Existem dois tipos de baiacu mais comuns no Brasil, segundo o professor: o arara e o pintado. O arara é menos tóxico e pode ser encontrado em mercados de peixes. Já o pintado tem doses altíssimas de tetrodotoxina, sendo responsável pela totalidade dos envenenamentos no País.

Já relatamos cerca de 70 intoxicações, com dez mortes. É um problema crônico, cultural, mas raramente atinge a população em geral, como no Japão, onde é uma iguaria. Pescadores são as vítimas principais". 💥️Vidal Haddad Junior.

À direita, o baiacu-arara e, à esquerda, o baiacu-pintado, a espécie mais venenosa encontrada no Brasil - Reprodução/Wikipedia/Wikimedia Commons - Reprodução/Wikipedia/Wikimedia Commons À direita, o baiacu-arara e, à esquerda, o baiacu-pintado, a espécie mais venenosa encontrada no Brasil

A tetrodotoxina bloqueia canais de sódio, que agem transmitindo as ordens dos nervos para os músculos agirem. O bloqueio é progressivo e quando atinge os músculos da respiração, pode causar a morte por asfixia. "O paciente permanece lúcido o tempo todo, apenas não pode se mover. Chamamos isso de 'síndrome do cárcere'", explica o professor.

Inicialmente a vítima tem mal-estar, formigamento em volta da boca e em outras partes do corpo. Em fases posteriores, queda da pressão arterial, arritmias cardíacas e ocorre uma paralisia progressiva, que pode ser total.

Não há antidoto para a tetrodotoxina. O único tratamento é o equilíbrio dos sintomas, com controle da queda da pressão arterial, das falhas cardíacas e da paralisia (com respiração artificial). "Fica fácil entender que se não houver uma UTI por perto, dificilmente a paciente escapa. E como a maioria das vítimas são pescadores em locais afastados, o índice de letalidade é alto", conclui o especialista.

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