Assédio moral no trabalho: qual o perfil do agressor e da vítima de mobbing? - Fitness e bem-estar Lifesty

O trabalho está estreitamente associado com a ideia de labuta e, ao contrário do que sucedia nos primórdios das relações laborais, hoje em dia, é considerado como fisicamente menos duro, mas psicologicamente (muito) mais desgastante.  Em grande parte, as inúmeras exigências e preocupações, que estão ligadas ao exercício da profissão e aos seus intervenientes contribuem para uma condição de saúde mental e física mais fragilizada.

Sabemos, contudo, que o trabalho é um pilar central na vida das pessoas, contribuindo para o seu desenvolvimento e realização pessoal, assegurando melhores condições socioeconómicas, favorecendo novas experiências, formação e transformação, sendo, por conseguinte, um veículo para melhor qualidade de vida e maior satisfação pessoal, familiar e social. Daí a enorme importância do trabalho sadio!

Por oposição ao trabalho sadio, o assédio moral no trabalho, também designado como violência psicológica ou ✅mobbing, causa significativo sofrimento emocional e físico na vítima.

Conforme referido em texto anterior sobre ✅mobbing no trabalho, o agressor pode provocar na vítima de assédio moral consequências potencialmente nefastas que se refletirão, irremediavelmente, no seu bem-estar e satisfação pessoal e com a vida, na saúde física e psíquica, na vida conjugal, familiar e social, assim como na vertente financeira e patrimonial. Por isso, tais danos merecem a proteção de Direito, sendo uma avaliação psicológica rigorosa, um elemento de prova a considerar.

💥️Perfil dos agressores

A psicóloga Hirigoyen defende a existência de determinadas características com mais predisposição para este tipo de agressão. De modo geral, pode destacar-se a personalidade narcisista, na qual se percecionam como superiores, especiais e com ✅status único, entendendo que tudo lhes é devido.

Normalmente não são empáticos, sofrem de ansiedade, podem ser arrogantes e com baixos níveis de competências sociais e morais. O assédio está estritamente relacionado com necessidade de notoriedade, relações de domínio e com estratégias de poder e de neutralização de situações de potencial rivalidade. Por outro lado, há autores que defendem que os estudos sobre os agressores não são conclusivos.

💥️Perfil das vítimas

De modo geral, as vítimas do ✅mobbing são independentes, autónomas e com boas competências cognitivas. Regem-se por forte sentido de ética, padrões de honestidade, bons princípios e valores morais.

No exercício das suas funções são trabalhadores dedicados, empenhados no cumprimento das tarefas e motivados para alcançar objetivos. Sendo pessoas com muita sensibilidade a comportamentos desadequados e pejorativos, a autoconfiança, que habitualmente as caracteriza, é facilmente enfraquecida ou deteriorada pelos agressores.

💥️Impacto do ✅mobbing nas vítimas

O impacto pode ser muito violento e transversal à vida pessoal, familiar, profissional e social das vítimas. A ocorrência sistemática, recorrente e continuada deste tipo de terror psicológico provoca alterações cognitivas (como, por exemplo, falta de atenção, concentração e memória, dificuldade em tomar decisões) e respostas emocionais severas, nomeadamente, medo, ansiedade, depressão, baixa autoestima, desespero e desamparo.

Em situações mais graves pode haver comportamentos de suicídio. O comprometimento da funcionalidade da vítima do assédio moral traduz-se na ausência de autocuidados, no isolamento social ou na incapacidade de trabalhar.

Em suma, o ✅mobbing é um problema de cariz psicossocial, na medida em que afeta a vítima, o grupo de trabalho e a organização e a vida social.

Um artigo da psicóloga clínica Lina Raimundo, da MIND | Psicologia Clínica e Forense.

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