F1 acabou e não sabemos quem será o companheiro de Verstappen em 2025

Sergio Perez, da Red Bull, em Mônaco para a sétima etapa da temporada da Fórmula 1 Imagem: Mark Thompson/Getty Images

Oficialmente, Sergio Perez será o companheiro de Max Verstappen na Red Bull em 2025. Afinal, como ele cansou de repetir desde que acertou sua renovação em maio, ele tem um contrato. Mas até mesmo o chefe Christian Horner parou de repetir esse discurso nas últimas corridas do ano e o substituiu para "vamos sentar e ter uma conversa entre adultos" para resolver a situação.

A Red Bull parece ter decidido que não há condições para Perez ficar, mas tem que resolver as pendências do contrato que resolveu renovar mesmo com o mexicano não rendendo muito bem antes mesmo de o carro se tornar um "monstro" como Verstappen definiu na segunda parte da temporada. E tem que decidir quem será seu substituto.

Não que seja um problema recente. Horner já tinha tirado Daniel Ricciardo da aposentadoria para que ele colocasse pressão em Perez ao render bem na RB, mas isso não aconteceu. A solução foi dispensar o australiano com seis corridas para o final e substituí-lo com Liam Lawson, que vinha impressionando o time nos testes e no trabalho no simulador.

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Aconteceu que o neozelandês não deixa de ser um novato. Não se comprometeu quando substituiu Ricciardo ano passado, não se comprometeu novamente desta vez, mas não conseguiu dominar o companheiro Yuki Tsunoda como a Red Bull planejava.

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Até porque o japonês, que sempre foi veloz, evoluiu muito no último ano. Tanto, que a Red Bull correu para renovar seu contrato, pois Yuki passou de um piloto que se segurou, no lugar que seria de Lawson, por uma quarta temporada na RB por conta do apoio da Honda para ser um piloto sondado pelos rivais.

Tsunoda agora está preso à Red Bull, seja em qual equipe eles quiserem colocá-lo, até o final do ano que vem. E teve sua primeira chance de testar um carro da equipe principal nesta terça-feira (10). Sentiu-se muito bem no carro, salientou que fez muito menos "voltas sujas" porque o carro é mais fácil de pilotar e se disse pronto para a promoção.

A dúvida é se a Red Bull está convencida disso. Horner acredita que seja importante ter determinado tipo de perfil para estar na mesma equipe de Verstappen e não entrar na espiral negativa em que Perez entrou. Porque Verstappen é muito consistente e tem um leque grande de soluções para vários problemas do carro, e isso vai minando a confiança de quem tem o mesmo carro que ele.

É preciso até uma dose de arrogância, e Horner vê isso muito mais claramente em Lawson do que em Tsunoda.

O neozelandês vem dizendo as coisas certas para ser o escolhido. Disse que quer ser medido contra o melhor e quer "beber da fonte", ou seja, ser companheiro de Max para ver exatamente o que ele faz de perto. Mas Tsunoda tem mais experiência e bateu seus últimos companheiros

Nem parece que a Red Bull é a única equipe do grid com quatro assentos, sendo dois deles para preparar pilotos para o time de cima. A questão Perez foi sendo empurrada com a barriga porque ele era um piloto lucrativo e porque o carro era tão bom que os pontos de Verstappen eram suficientes para selar ambos os títulos - e ganhar mais dinheiro com isso. Os rivais chegaram, de certa forma expuseram a série de decisões erradas que levaram a essa situação: o time que dominava a F1 até "ontem" terminou o campeonato sem saber quem vai pilotar o carro no ano que vem.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do.

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