Serviços secretos da Hungria acusados de espiar funcionários da UE - Executive Digest

Um relatório recente revela alegações graves de espionagem contra a agência de inteligência da Hungria, conhecida como Gabinete de Informação (IH), que terá visado funcionários da União Europeia. Entre as práticas denunciadas, destacam-se a vigilância física, escutas telefónicas e a invasão de dispositivos eletrónicos de membros do Gabinete Europeu de Luta Antifraude (OLAF).

De acordo com uma investigação conjunta do meio húngaro Direkt36 e do jornal belga De Tijd, os incidentes ocorreram entre 2015 e 2017, período em que o OLAF conduzia investigações sobre uma empresa húngara ligada a István Tiborcz, genro do primeiro-ministro Viktor Orbán.

Os documentos detalham casos em que representantes do OLAF que visitaram a Hungria foram seguidos durante deslocações de carro e tiveram as suas conversas telefónicas intercetadas. Alegadamente, os quartos de hotel ocupados pelos funcionários europeus eram alvo de buscas clandestinas, com informações sensíveis a serem extraídas dos seus computadores portáteis.

O relatório também aponta que estas práticas fazem parte de um modus operandi comum do Gabinete de Informação para monitorizar delegações da UE em visita ao país.

Questionado pelo Politico, Bertalan Havasi, chefe de imprensa de Viktor Orbán, rejeitou comentar as alegações, afirmando apenas: “Não lidamos com notícias falsas.” Por outro lado, o OLAF não reagiu ainda às denúncias.

A Hungria enfrenta há anos acusações de violação da privacidade e utilização de tecnologias avançadas de espionagem contra jornalistas, ativistas e figuras da oposição. Em 2023, um deputado húngaro admitiu que o governo adquiriu o software israelita Pegasus, conhecido por ser usado em vigilância cibernética.

Mais recentemente, este ano, um eurodeputado crítico do governo húngaro foi alvo de um ataque cibernético, reacendendo preocupações sobre as práticas de vigilância do país.

Estas revelações surgem num momento delicado para as relações entre a Hungria e a União Europeia. O governo de Orbán tem enfrentado críticas crescentes de Bruxelas devido a alegados retrocessos democráticos e violações do Estado de direito, incluindo restrições à liberdade de imprensa e ao funcionamento de organizações não-governamentais.

A investigação levanta questões sérias sobre a segurança e a privacidade de funcionários europeus em missões nos Estados-membros, ao mesmo tempo que intensifica o escrutínio sobre o comportamento de Budapeste no seio da UE.

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