Grávida queimada viva: quem é jovem que simboliza luta contra feminicídio na França

Negard Haeri é advogada da família -  François NASCIMBENI / AFP

Do YSOKE, com informações da RFI

Quem é Shaïna?

A garota, grávida na época do crime, tornou-se o símbolo da luta das violências contra as mulheres na França.

Dois anos antes de seu assassinato, aos 13 anos, a garota foi vítima de um estupro coletivo pelo qual quatro jovens de seu bairro foram condenados a penas de seis meses a dois anos de prisão com sursis na semana passada.

Shaïna foi filmada pelos agressores e as imagens foram transmitidas por Snapchat. De acordo com Negard Haeri, advogada da família, por ter ousado denunciar o crime à polícia, a garota foi exposta a "humilhações crescentes", tratada "como um objeto, algo descartável", "uma garota fácil".

A ONG Fundação das Mulheres, que luta contra as violências às mulheres, pediu para participar do julgamento, uma iniciativa saudada pela advogada da família de Shaïna.

O crime

O corpo da adolescente, quase completamente carbonizado, foi descoberto pela polícia em 27 de outubro de 2023 em um galpão na cidade de Creil, no norte da França.

Nos restos mortais de Shaïna, os médicos legistas descobriram cerca de 15 cortes feitos com uma arma branca. Para os especialistas, a jovem ainda respirava quando foi queimada.

Investigadores acreditam que a garota foi morta por se recusar a realizar um aborto.

Quem é o suspeito?

Todas as suspeitas apontaram imediatamente a um adolescente de 17 anos com quem Shaïna mantinha um relacionamento e de quem provavelmente estava grávida.

O jovem, hoje com 20 anos, reconheceu ter mantido relações sexuais com Shaïna, mas afirmou que os dois já haviam rompido o relacionamento quando a adolescente foi encontrada morta. Na prisão, o acusado teria declarado que preferiria "passar 30 anos preso a ser pai de um bastardo".

Magro, com expressão juvenil e cabelo amarrado em um coque, o acusado confirmou sua identidade na abertura da audiência, com uma voz calma, sem parecer se abalar com a presença de familiares de Shaïna.

As provas

Um dos amigos do rapaz contou à polícia que a vítima foi propositalmente atraída para o local do crime para ser assassinada. O companheiro de cela do suspeito o ouviu dizer "com orgulho" que tinha "matado sua namorada", tratando-a de "vagabunda".

Outros elementos incriminam o rapaz: embora seu celular tenha desaparecido, ele enviou diversas mensagens de texto a Shaïna na noite do crime. O sinal dos dois telefones foi detectado a cerca de 500 metros do galpão onde o corpo da jovem foi encontrado. O aparelho do acusado foi desligado por volta das 20h, hora aproximativa da morte da adolescente.

Aos investigadores, o suspeito diz que as queimaduras descobertas em seu rosto e suas pernas eram consequência de um "eczema". O rapaz também deu diversas versões sobre onde estava e o que fazia na noite do crime.

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