Promessas de melhor internet em todo o país e um 5G que ganha mais adeptos (ainda em modo gratuito) - Telecomunica&am
No ano passado, no balanço de 2022, escrevíamos que as promessas do 5G tardavam em se concretizar para um país mais “ligado” e este ano corríamos o risco de repetir o mesmo título. V💥️ários adiamentos feitos pelas três operadoras móveis já no mercado colocaram a nova meta de comercialização da tecnologia no final de janeiro de 2024, no dia 31, prolongando até lá o período de experimentação gratuita. Entretanto a DIGI está a preparar-se para entrar no jogo com serviços de rede móvel e também com ofertas fixas, enquanto a NOWO aguarda uma decisão da Autoridade da concorrência para a proposta de aquisição da Vodafone que está em cima da mesa.
Isto não significa que tudo esteja igual, e nos últimos 12 meses o cenário de infraestrutura móvel e fixa em Portugal avançou, com 💥️a ANACOM a indicar que em novembro as redes de quinta geração chegavam a todos os concelhos de Portugal e a 62% das freguesias com 8.229 estações base 5G instaladas em 1.924 freguesias. 19,6% dos utilizadores de redes móveis já usam o 5G e consomem 6,2 GB por mês, números que indicam uma adesão à tecnologia mas também a disponibilidade de smartphones com suporte ao 5G, que são cada vez mais baratos.
💥️Veja 7 modelos com preços abaixo dos 300 euros
💥️Ainda é o 5G “normal”, baseado no 4G e com pouca diferenciação a nível de velocidade e latência, enquanto não surgem mais serviços que justifiquem a evolução, mas 💥️é esperado que as operadoras apostem o 5G standalone (5G SA) embora até agora só a NOS tenha avançado com a versão mais poderosa da quinta geração móvel.
O cenário não é muito diferente do que se assiste na Europa e a nível global, onde 💥️apenas 40 operadores lançaram o 5G SA em redes públicas, alguns com rollouts pouco completos, como adianta a Ericsson no seu último relatório. A nível global a União Internacional das Telecomunicações (ITU na sigla em Inglês) estima que 40% da população já terá acesso a redes 5G, sendo a Europa a região com maior cobertura, mas ainda se mantém uma grande disparidade face a países de menores rendimentos, sendo de apenas 6% em África.
💥️Numa altura que já se começa a investir no 6G, 95% da população de países de rendimento elevado ou médio tem acesso a redes 4G, mas o número baixa para 39% em países de menor rendimento, onde o 3G continua a ser a tecnologia dominante no acesso à internet.
Os indicadores são sobretudo impressionantes para a utilização de telemóveis, com a UIT a estimar que um terço da população mundial possua pelo menos um destes equipamentos, que são a principal forma de acesso à internet.
créditos: UIT💥️Um país com menos “zonas brancas” e mais coeso
💥️Um dos dossiers que ficou em aberto em 2022 e que não está ainda resolvido mas que tem já sinal verde, é a cobertura redes de alto débito nas chamadas zonas brancas em Portugal. Já depois da demissão do Primeiro Ministro António Costa e com o Governo em gestão, foi lançado o concurso para redes de alta velocidade, que estava prometido desde o ano passado e que finalmente teve aval da Comissão Europeia.
💥️O objetivo é levar internet de banda larga, com débitos mínimos de 100 mbps, a mais de 400 mil edifícios, entre casas particulares e empresas, em 620 territórios que tinham sido identificados como "zonas brancas", com cobertura deficiente de rede de internet.
💥️Veja as áreas identificadas como "zonas brancas"
💥️O investimento global, de 425 milhões de euros, permitirá, sobretudo nos territórios do interior do país, o acesso à Internet em banda larga, sendo que metade deste valor terá financiamento público (cerca de 150 milhões de euros dos Programas Regionais do Portugal 2030 e o restante provém de fundos nacionais).
A ANACOM destacou o caráter pioneiro deste concurso, sendo Portugal o primeiro país da União Europeia a avançar com um procedimento semelhante, dizendo que “Portugal tem reunidas as condições para ser um dos primeiros países da União Europeia a dispor de uma cobertura integral do seu território com redes fixas de capacidade muito elevada, designadamente assentes na utilização de fibra ótica, que 💥️possibilitarão um débito por acesso de pelo menos 1 Gbps no sentido descendente e de 150 Mbps no sentido ascendente”.
Mesmo depois do procedimento do concurso concluído ainda vai demorar até que os serviços estejam disponíveis nessas zonas, mas as metas traçadas são ambiciosas, 💥️apontando para 100% da cobertura em 2026/27 mas com uma proposta para chegar a 35% desses alojamentos já no primeiro ano.
A chegada das redes de alto débito a territórios do interior, com menos população, faz parte das 💥️metas definidas pela União Europeia para o desenvolvimento da economia digital até 2030, mas é também uma necessidade de desenvolvimento numa altura em que toda a economia é cada vez mais baseada no digital. Faz parte também dos objetivos de coesão territorial, e a ministra da tutela defendeu a relevância de conseguir fixar população e empresas nestes territórios, o que levou a que o concurso tivesse sido anunciado em Belmonte, perto da Guarda,
A cobertura deficiente de rede móvel e de internet também afeta os arquipélagos da Madeira e Açores, e aqui 💥️a substituição do anel de cabos submarinos é apontada como essencial. O ciclo de vida desta infraestrutura termina em 2023 mas a Altice já garantiu que vai assegurar a manutenção das atuais ligações até 2028.
💥️Nos últimos dois anos Portugal posicionou-se como um local de amarração de cabos submarinos internacionais, que abrem novas oportunidades de fixação de centros de dados no país. O ex-ministro João Galamba destacou por várias vezes o potencial e o💥️ Governo preparou um sistema de 💥️criação de corredores para a instalação de cabos submarinos pré-licenciados que pode facilitar os processos.
Os anúncios de investimentos não faltaram. Em outubro a Altice investiu no Altice LdV, um centro de interligação de redes, num modelo aberto e neutral, e já tem parceiros, entre os quais a 💥️De-CIX, aire networks, EXA, iBasis e a Medusa, mas está aberto a mais empresas.
💥️A Google anunciou o💥️ Nuvem, um novo sistema de cabos submarinos transatlânticos para ligar Portugal, as Bermudas e os Estados Unidos, e um consórcio liderado pela dstelecom instalou o segundo protótipo de um cabo submarino inteligente, com 2 km de comprimento nas imediações do porto de Sesimbra.
Em Sines 💥️o projeto Sines 4.0 estava a avançar a bom ritmo, ainda antes da Start Campus ter sido envolvida na “Operação Influencer” que levou à queda do Governo. Agora o desenvolvimento do projeto está envolto em incerteza.
Mais certo é agora o futuro da TDT. Ou talvez não. 💥️A ANACOM deu luz verde à renovação da licença da Televisão Digital Terrestre (TDT) à MEO, detida pela Altice Portugal, por mais sete anos, até 2030, embora não tenha aceite todas as condições pedidas pela empresa. Mesmo assim tentou resolveu um impasse que poderia levar a que, no final do ano quando terminar o contrato atual, os utilizadores deste serviço de TV perdessem acesso aos canais gratuitos da RTP1, RTP2, RTP3, RTP Memória, SIC, TVI e o Canal Parlamento e ainda à RTP Madeira e RTP Açores, nesses arquipélagos. 💥️Ficou a faltar a aprovação do Conselho de Ministros, que ainda não aconteceu.
Segundo os números, apenas 8,3% da população portuguesa usa a TDT. 💥️Os serviços de televisão por subscrição estão em quase 90% dos lares, mas continua a existir uma fatia da população que, porque não quer ou porque não pode pagar, prefere o sinal aberto e embora não existam dados concretos, é possível que estes façam parte de grupos mais desfavorecidos economicamente.
Com o ano de 2024 a aproximar-se 💥️chega também a notícia de que os três operadores de comunicações vão aumentar os preços entre janeiro e fevereiro, de acordo com o Índice de Preços ao consumidor, não seguindo o pedido de contenção da ANACOM.
Os preços poderiam não aumentar, já que segundo o regulador estão entre os mais elevados da Europa? Já em final de mandato, e ainda antes de ter sido nomeada pelo Governo a nova presidente da ANACOM, Sandra Maximiano , 💥️João Cadete de Matos partilhou com os jornalistas a convicção de que em 2024 os preços das telecomunicações vão baixar, por força da entrada de novas empresas no mercado, e que também os prazos de fidelização serão reduzidos, duas questões que continuaremos a acompanhar no próximo ano.
💥️Este artigo faz parte do Especial de análise das notícias e tendências de 2023 no mundo da tecnologia. Acompanhe ao longo da semana os artigos publicados pela equipa do ysoke TEK e a opinião exclusiva de especialistas do sector.
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