Sete curiosidades sobre o Odyssey, videogame famoso nos anos 80

Magnavox Odyssey é o primeiro videogame doméstico, lançado em 1972. O sistema do console era bem simples: não tinha cor, som, não conseguia mostrar texto na tela e sequer tinha um processador. Famoso por acessórios inusitados, Odyssey vendeu cerca de 350 mil unidades. Centro de uma série de processos e disputas milionárias nos tribunais, o videogame teve um sucessor que alcançou algum sucesso no Brasil nos anos 1980. O 💥️TechTudo separou seis curiosidades do videogame que marcou época.

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Odyssey apareceu no mercado em 1972 e é visto como o primeiro console da história — Foto: Reprodução/Evan-Amos, Wikimedia Commons 1 de 7 Odyssey apareceu no mercado em 1972 e é visto como o primeiro console da história — Foto: Reprodução/Evan-Amos, Wikimedia Commons

Odyssey apareceu no mercado em 1972 e é visto como o primeiro console da história — Foto: Reprodução/Evan-Amos, Wikimedia Commons

1. Foi o primeiro console doméstico

O Odyssey entrou no mercado em 1972 e suas origens se conectam diretamente com Ralph Baer, o engenheiro pioneiro e tido como o “pai dos consoles”. Em 1966, Baer começou a investigar e desenvolver protótipos de máquinas eletrônicas – as chamadas “brown boxes”, ou “caixas marrons” em tradução livre – que permitiam reproduzir jogos em televisores.

Originalmente, a ideia era criar simuladores e recursos de treinamento para militares, mas Baer percebeu rápido que suas criações tinham óbvias aplicações no entretenimento. A Magnavox, uma fabricante americana de eletrônicos que existe até hoje, tinha uma divisão de televisores e se interessou pela ideia. A empresa comprou os protótipos de Baer e investiu na criação de um produto que permitiu aos consumidores jogar em seus aparelhos de TV.

2. Jogos sem cor e som

Jogos do console dependiam de overlays colocados sobre a tela da TV para fazer sentido — Foto: Reprodução/Wikimedia Commons 2 de 7 Jogos do console dependiam de overlays colocados sobre a tela da TV para fazer sentido — Foto: Reprodução/Wikimedia Commons

Jogos do console dependiam de overlays colocados sobre a tela da TV para fazer sentido — Foto: Reprodução/Wikimedia Commons

O Magnavox Odyssey surgiu na infância dos circuitos integrados e possuía hardware tão simples que reproduzia games sem cor e também sem áudio. Títulos para o console eram compatíveis com um tipo de filme plástico colorido (o famoso ) que os jogadores deviam aplicar em cima da tela da TV para dar às imagens uma impressão de cores.

Os overlays não apenas davam sensação de cor como também complementavam o jogo: cenários eram impressos nesses materiais plásticos e ajudavam a criar ambientes mais complexos, importantes tanto para contar uma história como até mesmo estabelecer regras e jogabilidade, como em games esportivos.

3. Acessórios inusitados

Odyssey vinha com um conjunto curioso de acessórios — Foto: Divulgação/Wikimedia Commons 3 de 7 Odyssey vinha com um conjunto curioso de acessórios — Foto: Divulgação/Wikimedia Commons

Odyssey vinha com um conjunto curioso de acessórios — Foto: Divulgação/Wikimedia Commons

Uma característica curiosa do Magnavox Odyssey era a oferta de itens como cards, dados, dinheiro de mentira e fichas no estilo de pôquer. A ideia era permitir jogos de tabuleiro associados ao Magnavox para quem preferisse algo mais tradicional. Outra possibilidade que a ferramenta proporcionava era expandir um pouco os recursos da plataforma: sem memória, o console não podia salvar resultados e placares – e mesmo mostrar texto. Então as fichas e cards acabavam virando um complemento essencial em vários games.

Outro acessório do videogame era um rifle vendido sob o nome de “Shooting Gallery” para o Odyssey. O item era usado para acertar alvos na tela, e se popularizou ainda mais quando a Nintendo lançou a pistola Zapper do NES durante os anos 1980.

4. Manual e consumidores confusos

Muita gente achava que o Odyssey só funcionava em televisores da Magnavox — Foto: Reprodução/eBay 4 de 7 Muita gente achava que o Odyssey só funcionava em televisores da Magnavox — Foto: Reprodução/eBay

Muita gente achava que o Odyssey só funcionava em televisores da Magnavox — Foto: Reprodução/eBay

O Odysssey vinha acompanhado de um manual considerado confuso ou mesmo bastante técnico em alguns trechos. O documento, por exemplo, recomendava que usuários recortassem os overlays, caso eles não se ajustassem corretamente aos televisores, o que acabou causando problemas com as telas.

Potenciais compradores também podem ter desistido da compra porque, nos anos 1970, os padrões tecnológicos aceitos por toda a indústria não era algo comum e muita gente acreditava que o Odyssey só funcionaria com um televisor da Magnavox. Como comprar um televisor extra era um luxo difícil de justificar para muita gente, o console pode ter perdido um bom mercado simplesmente por conta dessa confusão.

Os números mais aceitos indicam que o Odyssey teria sido responsável por 350 mil unidades comercializadas durante seu ciclo no mercado, o que chama atenção para o primeiro videogame doméstico. Para colocar esse número em perspectiva, só no dia de lançamento, a Sony vendeu 2,5 milhões de PlayStation 5 (PS5).

5. Limitações do Odyssey

Odyssey oferecia uma experiência limitada — Foto: Reprodução/RetroGamerBR 5 de 7 Odyssey oferecia uma experiência limitada — Foto: Reprodução/RetroGamerBR

Odyssey oferecia uma experiência limitada — Foto: Reprodução/RetroGamerBR

O Odyssey é fruto de uma época em que circuitos eletrônicos ainda eram incipientes e televisores com cor ainda eram uma novidade. Diante disso, o videogame tinha limitações bem severas comparado ao que conhecemos hoje por um console: não havia cor, som, memória e os gráficos eram tão rústicos que era impossível mostrar texto na tela.

O console era alimentado por seis pilhas (havia uma fonte de tomada vendida separadamente) e o aparelho não tinha botão de liga/desliga: para ativá-lo, era necessário inserir o cartucho de um jogo e para desligar era só remover o game. Outro fator de complicação era a necessidade de trocar os overlays conforme o jogo ou mesmo os cartuchos: em Football, um cartucho era usado para correr e o outro para passar a “bola” e chutar, sendo necessário trocar entre um e outro conforme a ação.

Como o videogame não tinha a habilidade de salvar placares e informações referentes ao que você fez até trocar de fita, era importante usar as fichas e cards para anotar pontos e outros detalhes de uma partida.

6. Magnavox Odyssey 2

Odyssey 2 chegaria ao Brasil nos anos 1980 e faria sucesso por aqui — Foto: Divulgação/Philips 6 de 7 Odyssey 2 chegaria ao Brasil nos anos 1980 e faria sucesso por aqui — Foto: Divulgação/Philips

Odyssey 2 chegaria ao Brasil nos anos 1980 e faria sucesso por aqui — Foto: Divulgação/Philips

O console ganharia ainda uma segunda e última geração em 1978, quando a Magnavox já era parte da Philips. Muito mais avançado que o antecessor, o Odyssey 2 tinha processador próprio ao contrário do produto de primeira geração e permitia games mais complexos, competindo diretamente com os produtos da Atari. Estima-se que 2 milhões de unidades do videogame tenham sido comercializadas até 1984.

A segunda geração do Magnavox chegou ao mercado brasileiro em 1983 em caráter oficial. Por aqui, o console recebeu o nome de Philips Odyssey e registrou relativo sucesso. A plataforma foi muito mais popular no mercado nacional do que nos Estados Unidos, com eventos nacionais de competição em games para o console. Além disso, alguns títulos foram traduzidos para o mercado nacional, como Pick-axe Pete que por aqui virou “Didi na Mina Encantada”, aproveitando o personagem de Renato Aragão em Os Trapalhões.

7. Processos em cima da Atari e várias empresas

Magnavox teria coletado mais de US$ 100 milhões por meio de acordos e indenizações — Foto: Reprodução/Wikimedia Commons 7 de 7 Magnavox teria coletado mais de US$ 100 milhões por meio de acordos e indenizações — Foto: Reprodução/Wikimedia Commons

Magnavox teria coletado mais de US$ 100 milhões por meio de acordos e indenizações — Foto: Reprodução/Wikimedia Commons

A partir de 1974, a Magnavox começou uma campanha nos tribunais contra nomes como Atari, Midway, Williams e Electronic Arts, alegando que esses desenvolvedores estavam violando as patentes da empresa em cima do que se entende por “jogos eletrônicos jogados em uma tela de TV”.

Em 1977, o juiz do caso declarou que as patentes da Magnavox de fato estabeleciam um marco pioneiro nessa forma de mídia, e acabou motivando acordos milionários entre as partes. Estima-se que a companhia tenha recebido mais de US$ 100 milhões em acordos e indenizações relacionadas ao rompimento de suas patentes até que elas expiraram nos anos 1990.

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