Demissões em massa nas big techs: entenda como elas podem afetar você

As– como são conhecidas grandes empresas de tecnologia – têm demitido em massa seus quadros de funcionários. IBM, Google, Microsoft e Meta estão entre as companhias que anunciaram cortes recentemente. Dados compilados pelos portais Reuters e CNBC estimam que, de outubro de 2022 até janeiro de 2023, pelo menos de 51 a 70 mil trabalhadores teriam sido impactados por esses cortes. Mas o que causou essas demissões em massa nas ? É possível que elas impactem de alguma maneira o usuário final? A estabilidade das plataformas pode ser comprometida? Devemos esperar aumento de preços nos serviços oferecidos pelas empresas?

🔎 Google é a big tech que mais rastreia dados pessoais; Apple é a quinta

Para responder a essas perguntas, o 💥️TechTudo conversou com o pesquisador de Direito e Tecnologia do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS Rio), João Victor Archegas, e com Rodrigo Viñau, sócio-lider da Mazars, empresa especializada em Consultoria Digital. Nas linhas a seguir, entenda as causas dessas demissões em massa nas e se elas podem acabar afetando os usuários.

Demissões em massa nas big techs podem afetar usuários; entenda — Foto: Getty Images/Justin Tallis 1 de 3 Demissões em massa nas big techs podem afetar usuários; entenda — Foto: Getty Images/Justin Tallis

Demissões em massa nas big techs podem afetar usuários; entenda — Foto: Getty Images/Justin Tallis

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Por que as big techs estão demitindo em massa?

Nesta quarta-feira (25), a gigante americana da informática IBM anunciou que vai cortar cerca de 3,9 mil empregos. Cinco dias antes, na última sexta-feira (20), a Alphabet, empresa que controla o Google, havia anunciado a demissão de mais de 12 mil funcionários ao redor do mundo. A decisão veio apenas dois dias após a Microsoft oficializar o corte de 10 mil empregos, seguindo a tendência de outras . Para se ter dimensão, dados da Reuters, agência britânica de jornalismo, indicam uma baixa de pelo menos 51 mil cargos nas principais empresas do ramo até janeiro de 2023, enquanto o portal estadunidense CNBC estima um número superior a 70 mil.

Para o pesquisador sênior de Direito e Tecnologia do ITS Rio, João Victor Archegas, o cenário é fruto da desaceleração da economia nos Estados Unidos e da consequente queda na receita com propaganda, já que muitos anunciantes têm reduzido seus orçamentos para publicidade online.

“As empresas de tecnologia, principalmente as , dependem de uma receita que vem de anunciantes que pagam por espaços publicitários dentro das plataformas digitais. Com o aumento da inflação e da taxa de juros dos Estados Unidos, essas empresas deixaram de fazer alguns anúncios. Como há uma dependência dessa fonte de receita, o valor das ações das empresas de tecnologia despencou, e o reflexo imediato disso é a demissão em massa”, explicou.

Demissões nas big techs

Empresa Número de funcionários demitidos Amazon Mais de 18 mil funcionários Alphabet (Google) 12 mil funcionários Meta 11 mil funcionários Microsoft 10 mil funcionários Twitter 3.700 funcionários Snapchat 1.000 funcionários Fonte: CNBC deslize para ver o conteúdo

Em dezembro de 2022, ao anunciar a demissão em massa de mais de 11 mil funcionários da Meta -- o que representa 13% da força de trabalho da empresa –, Mark Zuckerberg reconheceu a influência direta da crise macroeconômica e da perda de receita de anúncios nos cortes. O executivo também fez um mea-culpa e admitiu que se equivocou ao aumentar os investimentos da empresa após a onda de crescimento experimentada durante 2023.

2 de 3 Elon Musk demitiu 3.700 funcionários do Twitter — Foto: Divulgação/Getty Images

Elon Musk demitiu 3.700 funcionários do Twitter — Foto: Divulgação/Getty Images

"[Eles] são funcionários responsáveis por políticas de moderação de conteúdo, que estão na linha de frente estabelecendo e aplicando as regras que determinam o que você pode ou não pode dizer ou fazer dentro dessas plataformas. No momento político que a gente vive, especialmente no Brasil, isso é muito problemático", opinou Archegas.

O pesquisador citou ainda os eventos do último dia 8 de janeiro, quando grupos terroristas, organizados em redes desinformativas no Telegram, Twitter e WhatsApp, depredaram os prédios dos três poderes em Brasília. Nesse sentido, o que preocupa Archegas é que, com os cortes dessas áreas, "talvez [as plataformas] não tenham mais a mesma capacidade de agir e reagir em relação a esses acontecimentos". Na prática, isso pode significar mais conteúdos desinformativos e/ou de ódio sendo disseminados nessas redes.

💥️Lançamento de funções premium

Outra possível consequência para o usuário é o lançamento de funções pagas nas plataformas – como aconteceu com o Twitter Blue, serviço de assinatura que oferece o selo de verificação na rede por R$ 60 mensais. Isso ocorre porque, com a queda dos investimentos em publicidade – para se ter ideia, somente o Twitter registrou uma baixa de 70% em dezembro de 2022 –, essas empresas de tecnologia tendem a buscar novas fontes de receita. Mas calma: para o especialista, o que é gratuito atualmente tende a continuar assim.

É possível que as demissões em big techs gerem aumento nos preços de mensalidade de serviços como Spotify — Foto: Divulgação/GettyImages 3 de 3 É possível que as demissões em big techs gerem aumento nos preços de mensalidade de serviços como Spotify — Foto: Divulgação/GettyImages

É possível que as demissões em big techs gerem aumento nos preços de mensalidade de serviços como Spotify — Foto: Divulgação/GettyImages

O 💥️TechTudo também perguntou ao pesquisador se ele acredita que, no caso de serviços pagos, como o Spotify, poderá haver aumento nas mensalidades para compensar essa baixa na receita publicitária. A plataforma de streaming anunciou, na última segunda-feira (23), a demissão de cerca de 600 funcionários. Archegas crê que um aumento seja uma possibilidade, mas frisa que isso vai variar de acordo com a empresa.

"No caso de plataformas que já funcionam como serviços de assinatura, é possível sim que você tenha um aumento no valor dessa assinatura. Não é certeza, (...) mas é uma possibilidade. Acho que isso deve acontecer em alguns casos, e talvez em outros casos a empresa não precise aumentar o valor", disse à reportagem.

As demissões em massa vão continuar em 2023?

Os especialistas ouvidos pelo 💥️TechTudo acreditam que as demissões em massa nas devem ser uma tendência em 2023, seguindo o que foi visto nos últimos meses de 2022. No entanto, é possível que, com a inflação desacelerando nos EUA e a taxa de juros aumentando em escala menor, esse quadro se estabilize, e menos demissões aconteçam.

Para João Victor Archegas, a mudança ou permanência do cenário vai depender de dois principais fatores. "Primeiro: os anunciantes vão voltar a gastar o que gastavam antes nessas plataformas? Segundo: as plataformas obterão sucesso na busca por fontes alternativas de receita?", opina o pesquisador.

Vale ressaltar que, por mais que os cortes continuem em 2023, eles não devem comprometer a saúde ou a capacidade de inovação das . "Apesar de serem expressivas, as demissões estão mais relacionadas a cortes de projetos futuros ou de expansões previstas do que à manutenção da operação", reforça Rodrigo Viñau.

Com informações de Reuters (1, 2), CNBC e g1

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