“Trouxe ogivas para cá. Não apenas uma dúzia, mas várias”: Lukashenko diz ter transferido armas nucleares de
O presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, revelou que mais de uma dezena de armas nucleares russas foram transferidas para o território bielorrusso. A afirmação foi feita esta terça-feira, numa publicação no seu canal de Telegram, onde Lukashenko enfatizou: “Trouxe ogivas nucleares para cá. Não apenas uma dúzia, mas várias.”
O líder bielorrusso também sublinhou que muitos minimizam a movimentação destas armas: “Muitos dizem que é uma brincadeira, que ninguém trouxe nada. Mas trouxemos. E o facto de afirmarem que é uma piada demonstra que nem perceberam como as armas chegaram aqui.”
Esta transferência ocorre no âmbito da aliança entre a Rússia e a Bielorrússia, membros do chamado Estado da União, que fortaleceu recentemente os seus laços com um novo tratado de segurança assinado na sexta-feira em Minsk. O presidente russo, Vladimir Putin, declarou que o acordo permitirá o uso conjunto de “todas as forças e meios disponíveis” para cumprir as obrigações de defesa mútua.
💥️Controlo e potencial uso de armas nucleares
Putin confirmou que as armas nucleares táticas deslocadas para a Bielorrússia continuarão sob controlo exclusivo de Moscovo. O arsenal nuclear russo é o maior do mundo, com cerca de 5.889 ogivas, de acordo com a Federação de Cientistas Americanos (FAS), representando mais de 90% do stock global em conjunto com os Estados Unidos.
“Estou certo de que o tratado garantirá a segurança da Rússia e da Bielorrússia”, afirmou Putin durante uma transmissão na televisão russa.
No entanto, críticos do regime de Lukashenko, como Franak Viačorka, conselheiro principal da líder da oposição bielorrussa Sviatlana Tsikhanouskaya, condenaram o tratado. Viačorka classificou o acordo como “mais uma traição à independência da Bielorrússia.”
“Ao alinhar-se tão estreitamente com Putin, Lukashenko isola a Bielorrússia do Ocidente e destrói as possibilidades de afastar o país das garras russas”, disse Viačorka à Newsweek. Segundo ele, essa postura reforça o estatuto de Lukashenko como “um fantoche do Kremlin, que serve os interesses russos em detrimento do povo bielorrusso.”
O tratado surge numa altura em que Putin atualizou a doutrina nuclear russa, reduzindo o limiar necessário para o uso de armas nucleares. As alterações permitem uma resposta nuclear mesmo a ataques convencionais, caso estes sejam perpetrados por países apoiados por potências nucleares.
A atualização foi anunciada pouco depois de o presidente norte-americano, Joe Biden, autorizar o envio de mísseis ATACMS para a Ucrânia, permitindo que Kiev alcance alvos mais profundos em território russo. A decisão dos EUA intensificou ainda mais as tensões regionais, especialmente num momento em que tropas norte-coreanas foram relatadas na Rússia.
💥️Novos pedidos de armamento por parte de Lukashenko
Além das armas nucleares, Lukashenko solicitou à Rússia o envio do novo míssil balístico de alcance intermédio Oreshnik para a Bielorrússia. Segundo o presidente bielorrusso, o armamento contribuiria para “acalmar algumas cabeças.”
O Oreshnik foi usado pela primeira vez a 21 de novembro, quando a Rússia o empregou para atingir uma instalação militar em Dnipro, na Ucrânia. Putin descreveu o ataque como uma resposta às investidas ucranianas nas regiões de Bryansk e Kursk, realizadas com armas fornecidas pelo Ocidente.
Putin destacou as capacidades avançadas do míssil, afirmando que “os sistemas modernos de defesa aérea existentes no mundo, incluindo os antimísseis americanos na Europa, não conseguem interceptar este tipo de armamento.”
Com uma velocidade superior a Mach 10, o Oreshnik representa um desafio significativo para as defesas atuais e o seu possível posicionamento na Bielorrússia poderá alterar o equilíbrio estratégico na região. A medida eleva as tensões com os países vizinhos e com a NATO, intensificando a militarização da Europa Oriental e agravando o cenário geopolítico.
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