Belém, capital da COP30, tem baixos índices de coleta de esgoto, crise do lixo e ocupação desordenada

Belém, a capital amazônica que sediará a COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas) em 2025, é uma cidade onde 12% dos moradores não contam com coleta regular de lixo em pelo menos um dia da semana, 80% não são atendidos por coleta de esgoto e mais da metade da população vive em áreas classificadas como favelas, sem acesso a serviços básicos.

A cidade passa por uma crise do lixo persistente, com problemas que vão da coleta –o que resulta em acúmulo de resíduos em diferentes bairros– à destinação, com uma mudança na rota do lixo. Primeiro, o destino dos resíduos domésticos era um lixão em Ananindeua, cidade conurbada. Agora, a solução encontrada foi mandar o lixo para um aterro em outra cidade vizinha, Marituba.

Os índices de cobertura de coleta de lixo e de recuperação de recicláveis são inferiores à média nacional, conforme dados do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento), do Ministério das Cidades. A produção de lixo por pessoa é superior à média no país.

Ao longo da última década, Belém não conseguiu evoluir substancialmente seus indicadores de coleta e tratamento de esgoto, como mostra uma análise feita pelo Instituto Trata Brasil, uma organização formada por empresas que atuam com saneamento básico. O levantamento usa dados de 2022 do SNIS.

O tratamento de esgoto chega a 2,38% dos moradores da cidade, um dos piores índices do país. A capital do Pará conseguiu avançar em abastecimento de água, saltando de 70,3% para 95,5% da população atendida em cinco anos, mas não consegue sair do lugar em relação ao esgoto.

Os municípios atribuem ao estado a responsabilidade por esgoto e água. A solução para o problema, porém, passa por parcerias e pela maneira como a cidade é ocupada.

Em Belém, essa ocupação é desordenada, com invasões sem serviços urbanos básicos, como água encanada e energia elétrica regular. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) compilados pelo Instituto Cidades Sustentáveis mostram que Belém é a capital com a maior quantidade de domicílios em favelas: 55,5%, superior a Manaus, com 53,3%.

A próxima gestão do município, o segundo mais populoso da Amazônia, tem esse cenário como principal desafio.

Até a COP30, uma cúpula diplomática que tenta alcançar acordos para frear as mudanças climáticas e que pela primeira vez será realizada na região amazônica, nada deve mudar. A conferência está prevista para novembro de 2025.

O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL), é candidato à reeleição na disputa em outubro. O vice na chapa é do PT, Edilson Moura, atual vice-prefeito.

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