Músicos jovens lideram a abertura do novo Teatro Cultura Artística

Há um mi bemol junto com um fá, e um lá bemol junto com um si bemol. As notas vizinhas empilhadas por Villa-Lobos num acorde de violoncelos foram o primeiro som do concerto oficial de reinauguração do Teatro Cultura Artística neste domingo. Totalmente modernizado, o teatro voltou enfim a funcionar após ter ficado desativado por dezesseis anos.

A Filarmônica de Câmara Alemã de Bremen, grupo responsável pelo primeiro concerto da temporada de assinaturas 2024 da Cultura Artística foi corajoso —e gentil— ao inserir a "Embolada", primeiro movimento das "Bachianas Brasileiras nº 1" de Villa-Lobos para abrir o programa.

Coragem e gentileza explicam-se pelo fato de a espetacular composição ser complexa de se tocar e, também por isso, raramente executada, mesmo no Brasil. Concebida para oito violoncelos, ela imita, em sua introdução, o ritmo do pandeiro comum em uma embolada nordestina, base sobre a qual surgem melodias no estilo ao mesmo tempo exato e quebrado dos cantadores.

Interpretada pelos cellistas da orquestra, sem regente e com afinação primorosa, ela soou um pouco pesada em alguns momentos. Não é mesmo fácil sustentar as claves rítmicas afrobrasileiras em meio a tantas variações de tempo e caráter propostas pelo grande compositor carioca.

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