Como Mira Schendel, que fugiu do nazismo, encontrou a sua liberdade na arte

Um traço se estende sobre vários papéis finíssimos enfileirados. Ora ele só atravessa as superfícies, dando a elas continuidade, outrora forma palavras trêmulas, como "vazio" e "bendizei o senhor", e rabiscos.

Como se criasse uma linha do tempo no espaço, Mira Schendel parecia juntar recortes para mapear pistas de seu próprio fluxo de pensamento nas suas monotipias, agora expostas em "Transparências", mostra dedicada a artista na galeria Luisa Strina.

Schendel perpassou o expressionismo, minimalismo e construtivismo, mas sem se encaixar em nenhum dos movimentos artísticos predominantes na época, movida pela própria obsessão sobre a repetição da linha no espaço que se constituiu como um alivio para suas ansiedades.

"Não acho que as pessoas percebem o quanto ela é importante para a arte moderna brasileira, mas os museus percebem", diz o organizador da exposição, Olivier Renaud-Clement, que também já curou uma mostra de Schendel na galeria Hauser & Wirth, em Nova York.

O Tate, em Londres, dedicou uma exposição às obras de Schendel em 2013. Pouco antes, em 2009, o MoMa, em Nova York, dedicou uma sala a artista que, morta em 1988, não presenciou o estrondoso sucesso comercial que suas obras atingiriam no final da década de 2000, entrando para o hall de artistas mulheres que obtiveram o reconhecimento do circuito artístico tardiamente, apesar da produção intensa.

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