Mais conhecido neonazista de Portugal e chefe do Grupo 1143 convoca atos contra migrantes

Gangues que se infiltram em torcidas uniformizadas brandindo suásticas não são novidade nos estádios europeus. O Grupo 1143, no entanto, extrapolou há muito tempo o mundo do futebol. A facção surgiu no estádio do Sporting, um dos dois clubes mais populares de Lisboa –nas faixas instaladas na arquibancada, os torcedores grafavam "SSporting", com o SS das forças paramilitares nazistas.

Aos poucos o Grupo 1143 ganhou as ruas —em manifestações, às vezes violentas, contra imigrantes— e as redes sociais, onde um de seus líderes, Mário Machado, mantinha um canal no YouTube. Esse canal foi retirado do ar neste mês –e o banimento colocou Machado, o neonazista mais notório de Portugal, de volta às manchetes dos jornais.

"O que espanta não é Mário Machado ter saído do ar, e sim o fato de ter sido o YouTube a tomar essa providência, e não o Ministério Público português", diz a jurista Ana Gomes, candidata derrotada do Partido Socialista nas últimas eleições para a Presidência da República. "Sabemos quem ele é e o que é o Grupo 1143 há muito tempo." O número 1143 evoca o ano da fundação de Portugal –o grupo se define como nacionalista.

Mário Machado começou a se tornar uma figura pública em 1995, quando tinha apenas 18 anos. Ele fazia parte de um grupo de skinheads que promoveu uma festa no "Dia da Raça", feriado nacionalista implantado durante a ditadura de António de Oliveira Salazar, que durou de 1933 a 1968. Depois da comemoração, os skinheads promoveram atos de vandalismo e espancaram imigrantes. Um deles, o cabo-verdiano Alcindo Monteiro, foi assassinado.

Dezessete skinheads foram julgados e condenados dois anos depois, em 1997. Machado estava entre eles, mas pegou uma pena mais branda porque não havia evidências de que participara do assassinato. Saiu da cadeia em 1999. "Ele foi preso por ofensa à integridade física qualificada", diz seu advogado, José Manuel Castro. Machado voltaria à cadeia novamente de 2013 a 2017 –segundo o advogado, por episódios envolvendo "incitação ao crime" e "danos materiais".

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