No Quênia, mulheres trans enfrentam grupos anti-direitos

"Depois do assassinato de Marielle Franco, não fazia mais sentido separar minhas horas de trabalho do meu ativismo."

A frase poderia ter sido dita por mim, que deixei para trás projetos de educação e tecnologia para me dedicar à agenda do movimento de mulheres negras depois de março de 2018. Mas eu a ouvi da queniana Arya Jeipea Karijo, no Republika Feminista, em 2022.

Em uma pequena roda de conversa, parte da atividade "Traumas transgeracionais e coletivos nos movimentos —quais as raízes? Como se manifestam?", Arya me contou da identificação com Marielle pela proximidade na idade e pela busca por justiça social.

Quando, na semana passada, pedi para Arya me dizer como gostaria de ser apresentada nesta coluna, ela respondeu que gosta de se ver em termos absolutos: "Sou um ser humano, então posso descrever aspectos da minha humanidade. Existo como mulher trans, amo como lésbica e às vezes até descrevo a lente com a qual vejo o mundo, que é uma lente feminista africana".

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Arya trabalhou como designer em empresas de tecnologia sediadas em Nairóbi. Mais de uma vez se sentiu convocada a escolher entre o progresso na carreira e a comunidade: quando decidiu estimular a inovação entre estudantes de ensino médio; quando foi pesquisadora da openDemocracy; quando passou a trabalhar voluntariamente na construção de um fundo coletivo de ajuda mútua chamado TransQueer.

Ela lida diariamente com grupos autoritários e anti-direitos. Certa vez, ao argumentar sobre como as culturas africanas são queer, foi interrompida por um homem dizendo que pessoas como ela "precisavam ser eliminadas em nome da maioria".

Leis chamadas "de proteção à família" têm se multiplicado no continente africano a partir dos mesmos atores, com financiamento comum. Gana e Uganda aprovaram leis que punem com prisão perpétua ou pena de morte pessoas que tenham relações homossexuais. Há pressão por leis semelhantes no Quênia, Zâmbia e Burundi.

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