Mortes: Primeira-dama marcou história social e cultural de Curitiba

O sorriso e a inteligência de Margarita Pericás Sansone encantaram, ainda na juventude, o coração de Rafael Greca (PSD), atual prefeito de Curitiba. Eles se casaram em 1992 e, desde então, Margarita participou da vida política, desenvolvendo programas sociais e culturais.

"Foi uma gloriosa e feliz parceria, foram anos de felicidade e criatividade. Ela era apaixonada por direitos humanos, por isso o primeiro restaurante popular e a Pousada de Maria, para mulheres vítimas de violência", lembra Greca.

Margarita escreveu quatro livros e foi colunista em jornais paranaenses. Criou e presidiu a Fundação de Ação Social (FAS) e o Instituto Pró-Cidadania de Curitiba (IPCC); implementou o Vale Creche, a Linha Sopão e o Restaurante Curitibano, com refeições a R$ 1; além do Rede Sol, programa cultural para pessoas em presídios, asilos e hospitais.

Foi curadora de artes, promoveu turnês musicais, exposições artísticas internacionais; foi consultora sobre Ação Social para o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); fundou o Museu da Fotografia de Curitiba, o Museu Brasileiro da Gravura, a Cinemateca de Curitiba, o Cinepasseio, a Casa da Memória e o Teatro Cleon Jacques.

"Atualmente se dedicava a questões humanitárias, particularmente àquelas que defendem os direitos das mulheres e das pessoas vivendo em situação de vulnerabilidade social", publicou a prefeitura de Curitiba.

"Genuinamente, a Margarita simbolizava o amor: o amor pelo marido, o amor pela cidade que ajudou a cuidar e o amor pelo povo do Paraná", publicou o governador Ratinho Júnior (PSD), decretando luto.

Nascida em Curitiba, de família italiana e espanhola, graduou-se em língua e literatura francesa pela PUC-PR e pela Universidade de Nancy (França). Também formou-se em economia pela UFPR (Universidade Federal do Paraná). Poliglota, falava inglês, espanhol, francês, catalão e italiano.

"Uma mulher fora de esquadro da época. Tinha uma vivência internacional, uma postura racional, independente, positiva e cultíssima. Conversar com ela sempre foi uma aula de história e vida", diz a amiga Regina Casillo.

Em casa, gostava de fazer seu café. Adorava massa italiana e carpaccio, comida francesa e feijão. "Não sabia cozinhar, mas organizava com refinamento encantador", destaca Greca.

Ela adorava tango, samba e bossa nova. "Dizia que a música clássica espantava pessoas ruins", diz o prefeito, lembrando do amor da esposa por Roma e pelo Vaticano, o qual visitaram 18 vezes. O casal não teve filhos.

A primeira-dama de Curitiba morreu em 20 de agosto, aos 79 anos, de linfoma.

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