Dólar fecha em queda de 2% e Bolsa sobe com sinalizações de Powell sobre corte nos juros

O dólar fechou em forte queda de 1,95% nesta sexta-feira (23), aos R$ 5,479, com os investidores repercutindo o discurso de Jerome Powell, presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos), em simpósio em Jackson Hole.

Em meio à expectativa por sinalizações sobre a trajetória da política monetária americana, ele afirmou que "chegou a hora" de reduzir os juros. A fala ocorreu no encontro anual de autoridades de bancos centrais, evento mais aguardado da semana por investidores.

A moeda acelerou a queda em resposta, após iniciar a sessão com perdas de 0,45%. Já a Bolsa brasileira avançou 0,32%, aos 135.608 pontos, também embalada pelo otimismo vindo da política monetária dos EUA.

A tônica dos últimos dias tem sido o estado da economia e a política monetária dos Estados Unidos. O discurso de Powell em Jackson Hole confirmou as apostas de que o Fed irá iniciar o ciclo de afrouxamento monetário na próxima reunião, em movimento aguardado pelos mercados há mais de um ano.

No simpósio, o presidente do banco central americano disse que os riscos crescentes para o mercado de trabalho não deixam espaço para os juros altos e a inflação está a caminho de alcançar a meta de 2%.

"Os riscos de alta para a inflação diminuíram. E os riscos de queda para o emprego aumentaram", disse. "Chegou a hora de ajustar a política. A direção a ser seguida é clara, e o momento e o ritmo dos cortes nos juros dependerão dos dados que chegarem, da evolução das perspectivas e do equilíbrio dos riscos."

O Fed trabalha com um mandato duplo, isto é, observa de perto dados de inflação e do mercado de trabalho. O objetivo é atingir o chamado "pouso suave", no qual o índice inflacionário converge para a meta sem maiores danos à empregabilidade do país.

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Temores em relação aos números de desemprego criaram uma ansiedade adicional nas últimas semanas sobre o estado da economia americana, em meio à convergência da inflação à meta.

Em relatório divulgado na quinta-feira, os pedidos de auxílio desemprego aceleraram para 232 mil na semana encerrada em 17 de agosto, ante expectativa de 230 mil de analistas consultados pela Reuters. Na leitura semanal anterior, haviam sido 228 mil pedidos.

Os números vieram após uma revisão na quarta-feira mostrar que os Estados Unidos criaram 818 mil empregos a menos do que o divulgado anteriormente nos 12 meses até março.

"Faremos tudo o que pudermos para apoiar um mercado de trabalho forte à medida que progredimos em direção à estabilidade de preços. Com uma redução apropriada da restrição da política monetária, há boas razões para pensar que a economia voltará a ter uma inflação de 2%, mantendo um mercado de trabalho forte", afirmou Powell.

A percepção de um "pouso suave" na economia americana "contribui para um movimento de queda nos juros futuros e no dólar", avalia Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital.

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