Em primeira grande entrevista, Kamala garante que seus valores não mudaram

Kamala Harris discursa no encerramento da convenção do Partido Democrata

Kamala Harris discursa no encerramento da convenção do Partido Democrata Imagem: Charly Triballeau / AFP

A vice-presidente e candidata democrata nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, Kamala Harris, nega ser uma "vira-casaca", como afirma Donald Trump, e garante que seus "valores não mudaram" em temas como mudança climática e migração em entrevista à emissora CNN exibida nesta quinta-feira (29).

"Acho que o aspecto mais importante e mais significativo de minha perspectiva e decisões políticas é que os meus valores não mudaram", respondeu Kamala à jornalista Dana Bash, em Savannah (Geórgia), onde faz campanha.

Minha convicção sobre "nossas necessidades de garantir a segurança da fronteira [com o México] não mudou", garantiu.

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"Sempre acreditei [...] que a crise climática é real, que é um assunto urgente" e que os Estados Unidos devem cumprir "prazos" em termos de emissões de gases do efeito estufa, afirmou a vice-presidente, de 59 anos.

Também declarou, segundo sua equipe de campanha, que prevê trazer um republicano para seu gabinete se vencer o pleito.

"Acho que é importante ter pessoas na mesa que têm experiências de vida diferentes e pontos de vista diferentes na hora de tomar algumas das decisões mais importantes, e acredito que seria benéfico para os americanos ter um republicano como membro do meu gabinete", afirmou.

Kamala convidou vários republicanos para a Convenção Nacional Democrata realizada em Chicago na semana passada.

'Vira-casaca'

Os republicanos acusam a vice-presidente de ser inconstante e de ter mudado de posição sobre a fratura hidráulica ou "fracking", um método de extração de hidrocarbonetos denunciado pelos defensores do meio ambiente, e sobre a construção de um muro na fronteira com o México.

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"Ela é a maior vira-casaca", acusou seu rival republicano Donald Trump durante um comício em Michigan nesta quinta. "É uma incompetente, não sabe dar entrevistas", acrescentou.

A candidata democrata falou diversas vezes com a imprensa sobre a corrida eleitoral desde que o presidente Joe Biden se retirou da disputa em 21 de julho, mas vinha sendo pressionada para que concedesse uma entrevista mais profunda.

Assim, ela escolheu a emissora CNN, que a exibirá integralmente às 21h locais (22h em Brasília) desta quinta.

Kamala concedeu a entrevista acompanhada de seu companheiro de chapa, o governador de Minnesota Tim Walz, um fato que Trump usou para atacá-la.

"'Tampão Tim' não deveria estar presente durante a entrevista para ajudar com os erros inevitáveis de Kamala", escreveu o ex-presidente em sua plataforma Truth Social.

Os trumpistas colocaram esse apelido no governador porque, no ano passado, ele pediu que as escolas públicas fornecessem produtos menstruais às alunas, como absorventes e tampões.

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O ex-presidente, que assim como Kamala Harris percorre os chamados "estados-pêndulo", onde não há uma tendência clara de voto para republicanos ou democratas, viaja nesta quinta ao Michigan e depois para Wisconsin.

"Entrevistar a dupla de candidatos que compõe a chapa no verão é tradição nas campanhas eleitorais há 20 anos", afirmou um dos porta-vozes da candidata democrata, Ian Sams, na rede social X.

'Não somos os favoritos'

"Será uma corrida muito disputada até o final. Não devemos prestar muita atenção às pesquisas, porque não somos os favoritos, certo? E ainda temos muito trabalho", disse Kamala durante um comício em Savannah.

A vice-presidente confia em uma vitória na Geórgia, que votou durante décadas em candidatos republicanos, até que Biden venceu neste estado do sul por pequena margem em 2023.

Já Trump teve muitos momentos para responder a perguntas de jornalistas, com diversos graus de dificuldade. No final de julho, protagonizou um embate durante uma sabatina com uma associação de jornalistas afro-americanos.

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Em contrapartida, no dia 13 de agosto, conversou por duas horas com o bilionário Elon Musk, em um ambiente muito mais descontraído, para não dizer amistoso.

Após a entrevista à CNN, a ex-procuradora-geral da Califórnia tentará mobilizar os eleitores em seu primeiro debate com Trump, marcado para 10 de setembro na Pensilvânia, na emissora ABC.

aue-dk/erl/atm/rpr/mvv

© Agence France-Presse

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