Pesquisadores da UFMG estudam desenvolvimento de vacina nacional contra Mpox

Pesquisadores do Centro de Tecnologia de Vacinas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) já estudam o desenvolvimento de uma vacina brasileira contra a Mpox, em Belo Horizonte.

A etapa atual é o estudo de aumento de produção, um estágio avançado que consiste em pensar em estratégias para ampliar a capacidade de fabricação das doses, como obtenção de mais matéria-prima para atender uma demanda em grande escala.

Em 2022, o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos doou um material conhecido como a semente do vírus. A partir disso é possível desenvolver o IFA (Insumo Farmacêutico Ativo), que é a matéria-prima para a produção de vacinas e o foco atual das pesquisas.

A iniciativa é uma das prioridades da Rede Vírus, um comitê criado pelo MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações) para o combate de viroses emergentes.

"Em breve, teremos capacidade de produzir o IFA em massa, de forma industrial. O MCTI está em contato direto para avaliar o que precisamos para acelerar esse processo", afirma Flávio da Fonseca, pesquisador da UFMG e presidente da SBV (Sociedade Brasileira de Virologia) entre 2023 e 2022.

Até agora, existem duas vacinas disponíveis para Mpox. A primeira é a ACAM 2000, que tem várias contraindicações e mais efeitos colaterais por ter o vírus vivo em sua composição e, por isso, é menos segura.

A outra é a Jynneos, produzida pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic. É uma vacina que contém o vírus atenuado, recomendada para adultos maiores de 18 anos, incluindo gestantes, lactantes e pessoas com HIV.

Os efeitos colaterais incluem reações leves, como dor no local da aplicação, vermelhidão e inchaço. Algumas pessoas podem ter dor muscular, dor de cabeça e cansaço.

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Nesta sexta-feira (16), a farmacêutica pediu à agência sanitária europeia a aprovação crítica de seu imunizante para menores de 18 anos.

O CEO Paul Chaplin disse, em entrevista à CNBC, dos Estados Unidos, que a Jynneos é tão eficaz em adolescentes quanto em adultos e que pode ser usada nessa faixa etária mais jovem também.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) emitiu, em 2022, a dispensa de registro para que o Ministério da Saúde (MS) realize a importação e utilização da Jynneos no Brasil.

Em outras palavras, isso quer dizer que a Anvisa não avaliou a vacina por conta própria, apenas levou em consideração um relatório já produzido pelas agências sanitárias dos Estados Unidos, da União Europeia e do Reino Unido.

"A Jynneos é aprovada para prevenir tanto a varíola quanto a Mpox. É segura e fácil de manusear e por isso é a que mais está sendo usada", afirma a médica epidemiologista Denise Garret, vice-presidente do Sabin Vaccine Institute.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou na última quinta (15) a aquisição de 25 mil doses da vacina contra Mpox com a OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde).

No Brasil, apenas em 2024, já foram registrados 709 casos. Desde 2022, no primeiro surto da doença, 16 pessoas morreram por Mpox, sendo a última em abril de 2023.

Somente no estado de São Paulo, foram confirmados 315 casos da doença de janeiro a julho deste ano.

Por enquanto, apenas grupos vulneráveis serão vacinados. A decisão segue a recomendação da OMS de não vacinar populações inteiras.

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