Presidente do Equador é acusado de violência política por vice, e governo fala em tentativa de golpe

A animosidade entre o presidente do Equador, Daniel Noboa, e sua vice, Verónica Abad, atingiu um novo patamar nesta quarta-feira (14), quando um ministro do governo chamou de "tentativa de golpe de Estado" a acusação de violência política que a número dois moveu contra o líder do país.

"A denúncia apresentada por Verónica Abad no TCE [Tribunal Contencioso Eleitoral], que pede a destituição do presidente Noboa e sua suspensão da participação política por quatro anos, é uma tentativa grosseira de desestabilização e constitui descaradamente uma clara tentativa de golpe de Estado", afirmou o ministro de Governo, Michele Sensi-Contugi.

"É vergonhoso o nível de desprezo dos que estão por trás dessa denúncia, porque deslegitimam a vontade popular expressa nas urnas e querem impedir sua participação eleitoral ao ver que não tem alternativa", continuou o chefe da pasta, em um comunicado duro de uma figura política que não costuma dar declarações públicas.

A desavença entre os dois remonta à campanha que deu vitória à chapa em outubro de 2023. Em maio deste ano, Abad afirmou ao jornal espanhol El País que Noboa foi desleal com ela. "Concordamos em cumprir um projeto político, e esse projeto foi traído", disse. No momento da entrevista, eles não se falavam desde que haviam sido eleitos, segundo a vice-presidente.

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Uma das primeiras medidas de Noboa após a posse, em novembro do ano passado, foi um decreto para nomear Abad "embaixadora da paz" em Israel —então em guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza havia quase dois meses.

"O presidente me quer longe", afirmou Abad na época. A vice-presidente vê a função em Tel Aviv como uma punição, uma vez que o Equador nunca teve um papel relevante nos esforços de paz no Oriente Médio.

Desde então, argumenta ela, o governo começou uma campanha para pressioná-la a renunciar —as leis no país impedem o presidente de destituí-la. Escolhido por seu partido para concorrer à reeleição em 2025 na última sexta-feira (9), Noboa deve entregar temporariamente a Presidência a Abad quando registrar sua candidatura.

Na última terça-feira (13), a vice-presidente —que, durante a campanha, afirmava que a violência de gênero era um mito— denunciou Noboa por violência política de gênero. Segundo o documento judicial, visto pela agência de notícias Reuters, Noboa a marginalizou injustamente e prejudicou a representação igualitária das mulheres em seu governo.

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