Como a obra de Angeli, que vai para o IMS, traduz o Brasil com humor e rebeldia

Sem papas na língua e com um traço atento às imperfeições humanas e urbanas, Angeli marcou o imaginário dos brasileiros ao publicar, diariamente, neste jornal, desenhos do cotidiano caótico na metrópole, sem poupar alfinetadas em políticos poderosos ou tipos e cidadãos comuns.

Diante de tamanha irreverência punk do criador de Bob Cuspe, talvez muitos não imaginariam que o cartunista guardou metodicamente todo o seu trabalho por 50 anos.

O acervo do artista, composto por 2.100 itens —700 charges, 700 tirinhas e 700 ilustrações originais, acompanhados por seus esboços— foi transferido para o Instituto Moreira Salles, o IMS, em um processo de seleção que começou em 2018, ainda com a participação de Angeli. O cartunista se aposentou em 2022, quando recebeu o diagnóstico de afasia, condição neurodegenerativa que prejudica a comunicação.

Pesquisadores e o público terão acesso a todo esse material, o que permitirá que as novas gerações conheçam o trabalho do artista que definiu uma era dos quadrinhos no Brasil.

"Com a aquisição de parte do acervo de Angeli pelo instituto, garante-se que seu trabalho será perenizado, para além da volatilidade da internet, dos jornais e revistas", diz Sérgio Dávila, diretor de Redação da 💥️Folha, onde Angeli se tornou cartunista fixo em 1975, com apenas 19 anos. O tempo de casa e a publicação intensa exigida pelas notícias diárias explicam, em parte, o volume da produção que ganha um novo lar no IMS.

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