Lula sugeriu convocar nova eleição na Venezuela para contornar crise

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mencionou, durante uma reunião ministerial, a hipótese de convocar novas eleições na Venezuela como uma solução para a crise instalada no país vizinho.

A menção de Lula a um possível novo pleito foi inicialmente noticiada pelo jornal Valor Econômico e confirmada pela 💥️Folha.

O ditador Nicolás Maduro foi proclamado reeleito pouco depois da eleição de 28 de julho, mas o resultado é amplamente questionado pela oposição e por líderes regionais. Um grupo de países, inclusive o Brasil, tem pressionado o regime para que divulgue as atas que comprovariam a lisura do pleito, o que não havia ocorrido até esta terça-feira (13)

Segundo relatos de participantes da reunião, que ocorreu na última quinta (8), Lula afirmou que o resultado das eleições não poderia ser aceito sem a prova de que elas foram limpas. Do contrário, disse o presidente, Maduro teria de convocar um novo pleito ou seria eternamente chamado de ditador.

Ainda na reunião ministerial, Lula disse que conversaria com os presidentes do México, Andrés Manuel López Obrador, e da Colômbia, Gustavo Petro, sobre a situação em Caracas —assessores tentaram organizar uma ligação na segunda (12), mas ela não aconteceu.

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Os três países têm coordenado uma atuação diplomática conjunta para tentar solucionar a crise da Venezuela. Eles têm em comum o fato de que são chefiados por líderes de esquerda e que mantêm interlocução com o chavismo.

Em entrevista coletiva nesta terça, porém, López Obrador disse que não iria mais conversar com Lula e Petro sobre a Venezuela. AMLO, como o presidente mexicano é conhecido, disse que é preciso esperar a resposta do TSJ (Tribunal Supremo de Justiça), órgão máximo do Judiciário venezuelano, sobre o resultado do pleito.

Ao Valor Econômico, o assessor internacional de Lula, Celso Amorim, afirmou que apresentou ao presidente a ideia de uma segunda eleição após ouvir outros atores internacionais. Ele também disse que Colômbia e México ainda não tinham sido consultados sobre o tema.

Segundo a publicação, Amorim disse que uma proposta do tipo deveria vir acompanhada de contrapartidas, como a retirada de sanções internacionais. Isso permitiria que o novo pleito tivesse mais acompanhamento internacional, de acordo com o assessor.

Integrantes do Itamaraty ouvidos pela reportagem afirmam, no entanto, que a orientação do governo segue a mesma: pressionar o regime Maduro a divulgar as atas eleitorais que comprovariam a legitimidade de sua vitória.

Em maio, o regime venezuelano desconvidou uma missão de observação eleitoral da União Europeia mesmo após o bloco remover sanções contra quatro funcionários eleitorais, incluindo o presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Elvis Amoroso. Na ocasião, ele disse que considerava o gesto uma forma de coação, já que outras restrições foram mantidas.

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