Venezuela descumpriu ações básicas para eleição com credibilidade, diz ONU

São críticas já verbalizadas por diversos atores globais, mas desta vez elas vieram da ONU. O painel das Nações Unidas que esteve in loco na eleição presidencial na Venezuela do último 28 de julho afirma que as medidas do órgão eleitoral do país desrespeitaram os preceitos básicos para uma eleição com alguma credibilidade.

Em comunicado preliminar emitido no final desta terça (13), o braço da organização disse que o anúncio dos resultados, feito sem a publicação dos detalhes dessa votação, não tem nenhum precedente em eleições democráticas contemporâneas, segundo consta no histórico da ONU.

O informe afirma ainda que a transmissão eletrônica dos resultados das urnas funcionou bem no início, porém, pouco depois, "foi detida bruscamente nas horas que seguiram o fim da votação, sem que fosse proporcionada explicação a qualquer candidato".

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O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) afirma que seu sistema foi alvo de um ataque hacker que atrasou a contagem dos votos e o recebimento dos dados. A ONU, em resposta, lembra que o CNE "postergou e depois cancelou três auditorias-chave, incluindo uma sobre o sistema de comunicação que poderia ter jogado luz sob a ocorrência de ataques externos contra a infraestrutura de transmissão dos votos".

A ditadura com frequência reverenciava seu sistema de auditorias antes e após a eleição. De fato, o conjunto é elogiado por especialistas, incluindo a ONU. O problema, dizem esses mesmos especialistas, é que nem todas as regras se fazem cumprir pelo órgão eleitoral.

Diferentemente da organização Carter Center, por exemplo, o painel de especialistas da ONU não tinha caráter de observador eleitoral, de modo que em teoria não foi formado para emitir uma avaliação sobre o resultado eleitoral. Mas seu comunicado é bem enfático.

O painel afirma ainda que o período pré-eleitoral foi marcado por uma série de problemas e ainda de "restrições ao espaço cívico e político". Lista, entre outras coisas, que a campanha do regime pelo ditador Nicolás Maduro dominou os meios de comunicação estatais, com acesso muito limitado aos candidatos da oposição.

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