Por que as pesquisas eleitorais em SP mostram resultados tão diferentes?
💥️A Quaest, que aborda o eleitor em sua casa, também considera aspectos políticos e socioeconômicos. "As metodologias são muito diferentes", mesmo entre os institutos que entrevistam presencialmente, diz Felipe Nunes, cientista político e CEO da Quaest. O Datafolha, por exemplo, aborda o eleitor nas ruas. "Não adianta querer encontrar resultados parecidos para metodologias diferentes", afirma. "A Quaest inclui amostra de eleições anteriores, incorpora escolaridade, e é um dos poucos que fazem cota por renda."
💥️A pesquisa da Quaest foi a única a apontar Datena empatado tecnicamente com Boulos e Nunes. "Ele é o único com 97% de conhecimento pela população. Nunes e Boulos têm cerca de 80%, os outros nem isso. Na pergunta espontânea que a Quaest apresenta, 70% dos eleitores ainda não escolheram o candidato, nas quando mostramos uma lista de nomes, eles reconhecem o Datena e seu alto potencial de voto", explica. "Não estranho que, no momento em que a cidade está tão indecisa, o mais conhecido seja escolhido como possibilidade."
💥️Entre as pesquisas presenciais, a diferença não é tanta, defende a Paraná Pesquisa. O CEO do instituto, Murilo Hidalgo, afirma que "se pegar a Quaest e considerar a margem de erro, não está muito diferente da nossa", afirma. "Mesmo entre os institutos com metodologia semelhante, alguns dados de coleta e de treinamento dos entrevistadores podem mudar."
💥️Ele diz ser importante o momento em que a pesquisa acontece. "O Datena está crescendo porque agora sim ele é candidato. O Marçal cresceu quando saiu, mas estabilizou agora."
💥️Hidaldo diz ser "muito fã da metodologia online da Atlas". "Mas é algo que vamos ver se funciona mais pra frente", diz. "No final, vai ter razão quem acerta."💥️Já o Datafolha defende três razões para apostar na abordagem presencial:
- 💥️Maior chance de atingir todos os segmentos do eleitorado. "Chegamos a cidades de pequeno, médio e grande porte e entrevistamos quem está no topo e na base da pirâmide social", diz Luciana Chong, diretora do instituto.
- 💥️Possibilidade de atingir pessoas sem intimidade com a internet. "O acesso à internet é quase universal, mas o letramento digital ainda não atinge todos os segmentos", afirma Chong.
- 💥️Gravação e checagem das entrevistas. "No online, não há checagem dos dados", diz ela, que duvida da tese de pressão psicológica em entrevistas presenciais: "Nunca vi nenhum estudo científico que comprove essa tese."
💥️O Datafolha 💥️utiliza variáveis de gênero e idade com bases em dados da Justiça Eleitoral. "Infelizmente, ainda não temos disponíveis todos os dados do último censo", afirma. "Escolaridade, renda, cor e religião são resultados da pesquisa que vamos acompanhando a cada rodada."
💥️O objetivo das sondagens "é maior do que acertar o resultado da eleição", diz Chong. "As pesquisas democratizam a informação, que poderia ser exclusiva de partidos, candidatos e empresas", afirma. "Trouxemos informações que não seriam conhecidas sem as pesquisas: a polarização entre Lula e Bolsonaro que se manteve do início ao fim [em 2022], a inviabilidade da terceira via, o percentual de eleitores que ainda poderiam mudar de opinião na véspera da eleição."
✅Os eleitores são expostos a notícias (verdadeiras e falsas) a todo momento, e qualquer fato novo relevante pode mudar a opinião do eleitorado. Por isso fazemos em até três dias para evitar contaminação.
💥️Luciana Chong, do Datafolha
💥️O pesquisador diz que a "pressão psicológica" das sondagens presenciais é hipótese. "Ainda não tem evidência empírica. Só tem a Atas justificando essa diferença grande no resultado dela para o resto do mercado", diz. Em 2022, as pesquisas da Atlas foram uma das que mais se aproximaram do resultado das urnas, principalmente para a campanha presidencial, com percentuais de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) dentro da margem de erro.
💥️As pesquisas devem retratar melhor a intenção do eleitor quando a campanha ganhar as ruas. "As pessoas vão formando opinião conforme a eleição se aproxima", diz. "A tendência é o percentual de votos não válidos migrar para os candidatos."💥️O cientista político Sergio Praça, da FGV, acredita que as pesquisas vão convergir quando a campanha engrenar. "A eleição ainda não começou em São Paulo. Ela começa, de fato, nesta segunda-feira (12)."
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