Brasil não felicita Maduro na Venezuela e diz aguardar dados desagregados por mesa de votação
O Itamaraty publicou uma nota sobre a eleição na Venezuela na qual não parabeniza o ditador Nicolás Maduro, declarado vencedor pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral) no pleito de domingo (28), e pede a publicação pelo órgão de "dados desagregados por mesa de votação".
De acordo com o Itamaraty, trata-se de "passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito".
No mesmo comunicado, o Itamaraty saudou ainda o "caráter pacífico da jornada eleitoral" e disse acompanhar com atenção o processo de apuração. "[O governo] reafirma ainda o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados", diz.
O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) era, até a manhã desta segunda (29), um dos únicos atores relevantes na região a ainda não ter se manifestado oficialmente sobre as eleições na Venezuela..
O CNE anunciou na madrugada de segunda que Nicolás Maduro venceu o pleito, mas os números foram contestados pela oposição, que denuncia fraude.
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Enviado do Planalto para acompanhar a votação, o assessor para assuntos internacionais, Celso Amorim, esteve na manhã desta segunda em reunião com os observadores eleitorais do Carter Center. Depois, ele se encontrou com um painel de especialistas ligados à ONU. Ambos organismos são considerados os representantes estrangeiros com mais credibilidade para avaliar a lisura e transparência do pleito.
Amorim afirmou nesta segunda que o governo continua acompanhando os acontecimentos "para poder chegar a uma avaliação baseada em fatos".
"Como em toda eleição, tem que haver transparência, o CNE ficou de fornecer as atas que embasam o resultado anunciado. Também não vou endossar nenhuma narrativa de que houve fraude. É uma situação complexa e nós queremos apoiar a normalização do processo político venezuelano", disse Amorim.
Na região, alguns líderes ecoaram as denúncias da oposição sobre irregularidades no pleito. Outros fizeram um chamado por transparência. Aliados do chavismo, por sua vez, parabenizaram Maduro.
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