O que 2024 nos ensina

Praticamente não se fala de outra coisa no mundo nos últimos dias, a não ser das eleições americanas. A perspectiva de uma nova vitória de Trump aumenta a angústia em qualquer país democrático. Embora não possamos votar, nada nos impede de cruzar os dedos, compartilhar a aflição, imaginar cenários e projetar consequências.

O ano de 2024 não é como outro qualquer. Muitos ainda não perceberam, mas este é o ano que confirma que a ascensão da extrema direita não foi um infeliz acaso, um pesadelo ocasional, ou o resultado de uma conjunção astral passageira. Para a política, essa constatação é significativa, pois o avanço do radicalismo de direita é um pesadelo para qualquer democrata.

Duas características definem esse tipo de movimento político. Primeiro, o desafio explícito e afrontoso a consensos liberal-democráticos sobre liberdades, moralidade privada, direitos de minorias e migrantes, meio ambiente, ecologia, arte, cultura e educação.

Segundo, um programa que desrespeita ou invalida o "design institucional" da democracia liberal e despreza um governo de leis, favorecendo um governo baseado no arbítrio: desafio às regras do jogo, ataque sistemático ao Judiciário, indistinção entre Estado e governo, incitação à desobediência e à sedição.

A extrema direita sente-se muito à vontade para executar um programa obscurantista e dogmático com relação a valores, não importa a que custo e quantos direitos e garantias precise violar, e, ao mesmo tempo, considera os constrangimentos liberais criados para evitar abusos de poder como um estorvo a ser removido.

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