Donald Trump é oficializado candidato republicano à Presidência

Donald Trump foi nomeado oficialmente o candidato republicano à Presidência pela convenção do partido, que começou nesta segunda (15) em Milwaukee, Wisconsin. Ele deve aceitar a indicação em um discurso na quinta (18).

O empresário atingiu o número mínimo de delegados necessários para ser nomeado (1.215) após a delegação da Flórida, representada pelo seu filho Eric Trump declarar seu apoio ao ex-presidente. Estavam ao lado dele seus irmãos Tiffany e Donald Trump Jr.

"É minha honra nomear Donald J. Trump para o cargo de presidente dos Estados Unidos", disse Jeff Kaufmann, diretor do partido em Iowa, o primeiro estado a se manifestar nas primárias republicanas, e responsável por fazer o discurso de nomeação.

Ecoando os apelos de união feitos pelo empresário desde que foi vítima de uma tentativa de assassinato no último sábado, Kauffman disse que as críticas ao governo Joe Biden que serão feitas nos próximos dias não resultam de partidarismo, "mas de uma preocupação com o bem-estar e a segurança dos americanos".

Republicanos estão aproveitando a atração gerada pela convenção para projetar uma imagem mais moderada de Trump e, assim, convencer eleitores independentes, ainda indecisos com seu voto e que têm restrições com o empresário em razão de sua imagem agressiva e polarizadora.

No discurso, Kaufmann repetiu os eixos temáticos da convenção e bandeiras da campanha de Trump: tornar os EUA ricos de novo, seguros de novo, fortes de novo e grandes de novo.

A convenção começou com um momento de silêncio em respeito às vítimas do ataque de sábado, seguida por uma oração comandada pelo arcebispo Elpidophoros, da Igreja Ortodoxa Grega.

O encontro vai até quinta (18). São esperadas cerca de 50 mil pessoas na cidade.

São 2.429 delegados no encontro, sendo que 2.265 são obrigados a votar em Trump por ele ter vencido as primárias em seus estados.

A outra grande notícia do dia é o anúncio de J.D. Vance como vice na chapa republicana. Ele deve fazer um discurso na quarta (17).

De Washington, a correspondente da Folha informa na newsletter o que importa sobre a eleição

Programa de governo mira imigrantes

O programa de governo elaborado por Trump, que deve ser aprovado durante a convenção, baseia-se na ideia de uma erosão do país. O documento, de apenas 16 páginas, é permeado de frases inteiras em letras maiúsculas e muitas exclamações, no estilo do empresário.

"Nós somos uma Nação em GRAVE DECLÍNIO. Nosso futuro, nossa identidade e nosso próprio estilo de vida estão sob ameaça como nunca antes", diz o texto, que tem como principal alvo imigrantes em situação irregular.

O controle da fronteira e a deportação em massa aparecem diversas vezes como soluções não só para coibir o fluxo, mas também para reduzir a inflação e a criminalidade –embora pesquisas mostrem que imigrantes contribuíram para segurar a alta de preços e têm uma taxa de encarceramento muito menor do que o restante dos americanos.

Para alcançar esses objetivos, o programa prevê o deslocamento de tropas americanas no exterior para a fronteira com o México, o término da construção do muro que separa os EUA do país, e a retomada das restrições à entrada nos EUA de cidadãos de países muçulmanos, chamados de "jihadistas" e "simpatizantes de jihadistas" no texto.

As 20 promessas incluem ainda construir um escudo de defesa antimísseis como o Domo de Ferro israelense sobre o território americano, retomar a exploração de petróleo em larga escala, acabar com regulamentações ambientais na indústria automobilística e mudar regras de votação, passando a exigir título de eleitor e eliminando o voto por correio.

Veja as 20 promessas feitas no programa de Trump

São previstos também cortes de impostos, imposição de tarifas para importação, incentivos à indústria, revogação de regulamentações de criptomoedas e inteligência artificial, criação de alternativas de qualificação ao curso universitário (não detalhadas) e a eliminação do Departamento de Educação.

Há ainda a promessa de criação de uma força-tarefa nacional para investir na discriminação contra cristãos.

No entanto, há uma quebra importante com a agenda conservadora: a posição em relação ao aborto. Em vez de condenar o procedimento, como feito em programas anteriores do partido, o texto defende que estados tenham autonomia para regulamentá-lo, e diz se opor apenas a abortos quando a gestação está perto do fim (fenômeno praticamente inexistente).

"Trump manobrou isso porque ele percebe o quanto uma tentativa de impor uma proibição nacional ao aborto seria impopular", diz o cientista político Gary Jacobson.

O que você está lendo é [Donald Trump é oficializado candidato republicano à Presidência].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

Wonderful comments

    Login You can publish only after logging in...