Convenção republicana reúne ex-rivais e reforça domínio de Trump

O segundo dia da convenção do Partido Republicano em Milwaukee, no estado de Wisconsin, serviu como uma vitrine da transformação radical pela qual a sigla passou desde que foi completamente tomada pela figura e ideologia do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.

A relação de nomes que estavam previstos para discursar nesta terça-feira (16) era repleta de ex-rivais e detratores de Trump dentro do partido e que agora correm para apoiá-lo: o governador da Flórida, Ron DeSantis, que já disse que o ex-presidente prejudica os republicanos; a ex-governadora da Carolina do Sul Nikki Haley, que já chamou Trump de incapaz; o senador Marco Rubio, que já disse que o candidato à Casa Branca era um vigarista e acaba de ser preterido como vice da chapa, entre outras figuras de maior ou menor relevância no partido.

No seu discurso, Haley enfatizou a união, e afirmou que apoia a candidatura de Trump de maneira inequívoca. A ex-governadora, que disputou as primárias contra o ex-presidente enfatizando que ele traria caos, disse que o mundo era um lugar mais seguro durante a Presidência de Trump e que mais quatro anos de Joe Biden (ou mesmo um dia de Kamala Harris) seriam desastrosos para o país.

DeSantis também atacou Biden, que sofre pressão interna dos democratas por conta da sua idade, e ironizou: "Não podemos aguentar mais quatro anos de um presidente saído do filme 'Um Morto Muito Louco"'. O governador da Flórida afirmou que os democratas querem impor "ideologia de gênero" ao país e que não conseguem dizer o que é uma mulher —um ataque a pessoas trans.

Entretanto, tão reveladora quanto a fila de ex-adversários que agora carregam a bandeira do trumpismo é a lista dos ausentes. Não vão comparecer à convenção em Wisconsin políticos que já foram o centro de gravidade do partido e que, diferentemente dos presentes, continuam criticando Trump —uma posição que, atualmente, pode significar suicídio político para republicanos e ostracismo dentro do partido.

O senador Mitt Romney, que em 2012 conquistou a nomeação do partido para disputar a Casa Branca contra Barack Obama, perdendo por apenas dois estados, não estará em Milwaukee.

Romney sustenta que Trump é uma ameaça à democracia e votou com democratas a favor do impeachment do ex-presidente após a invasão do Capitólio em janeiro de 2023 —o Senado, controlado por republicanos, barrou o afastamento de Trump à época.

O distanciamento entre Romney e seu partido foi tamanho que o político anunciou, no ano passado, que não tentaria a reeleição ao Senado este ano.

Também não devem comparecer à convenção o ex-presidente George W. Bush, eleito para dois mandatos, e o ex-vice-presidente Mike Pence, que se afastou de Trump depois de ter recusado o pedido do então presidente para adiar a certificação da vitória de Joe Biden nas eleições de 2023.

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