A violência do fundamentalismo religioso

Os modos mais comuns de coerção são normalmente associados ao uso da força física. Uma arma apontada para a nossa face nos faz seguir uma ordem. Essa forma inquestionável de violência não pode obliterar que outras modalidades têm uma força análoga e que podem persistir durante muito tempo.


Por exemplo, a violência psíquica tem poder de se estender para além de um momento específico. Assim, se para a violência física é preciso a manutenção de um poder coercitivo na forma de uma ação concreta contra uma pessoa, na violência psíquica são as crenças que impõem uma coerção letal.


O fundamentalismo religioso no Brasil de matriz cristã opera na promoção, divulgação e premiação da violência psíquica com a anuência grave do Estado. As pautas mais evidentes, de criminalização do aborto e de condenação da vida das mulheres, se enquadram num arsenal mais vasto de modalidades opressivas, cujo estrago nas subjetividades jovens é enorme.


Muitas vezes, os cultos e as homilias disseminam a ideia de que certas existências são aberrações que devem ser enfrentadas para que Jesus prevaleça. Desse modo, as pessoas com orientação sexual divergente da heteronormatividade e as pessoas ligadas às religiões de matriz africana são todas a encarnação do que deve ser morto.

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