Quem é e o que defende Rachel Reeves, primeira mulher a comandar economia britânica

Quando ainda estava na escola, Rachel Reeves se rebelou contra o estado da educação pública no Reino Unido. Era o final da década de 1990, e faltavam livros didáticos para todos. As aulas de algumas turmas aconteciam em salas improvisadas no pátio —no inverno, os alunos batiam os dentes de frio.

Filha de professores, campeã nacional de xadrez sub-14 e aspirante a boletins azuis, ela afirma que a educação a politizou. "Eu sentia fortemente que o governo não se importava com escolas e comunidades como a minha e eu queria fazer algo a respeito", disse em entrevista ao jornal britânico The Guardian em julho passado.

Aos 16 anos, se filiou ao Partido Trabalhista e passou a fazer campanha aos finais de semana. Hoje, aos 45, é a primeira mulher a assumir o cargo de ministra das Finanças do Reino Unido, braço-direito do premiê eleito Keir Starmer.

Não é de se espantar que a educação seja um dos itens prioritários no orçamento de Reeves. Parte do plano envolve acabar com as isenções fiscais de escolas particulares e, assim, contratar mais 6.500 professores para a rede pública. A medida vai dar £1,5 bilhão (cerca de R$ 10,5 bilhões) ao ano ao governo. Os recursos irão também para custear equipes de apoio à saúde mental dos alunos em todas as escolas.

A quem diz que a estratégia vai levar à eliminação de bolsas de estudos, a resposta de Reeves é um encolher de ombros.

Formada em política, filosofia e economia em Oxford e mestre pela London School of Economics, Reeves trabalhou no Banco da Inglaterra e no Banco Central britânico, onde também atuou como correspondente em Washington. Ficou quatro anos em instituições financeiras do setor privado e outros 14 na bancada de oposição ao Partido Conservador, vencido nas urnas nesta quinta-feira (4).

Na vida pessoal, é descrita como inteligente, ambiciosa e séria. É casada com um funcionário público e tem dois filhos, e a irmã mais nova, Ellie, é deputada pelo Partido Trabalhista.

Um currículo aparentemente à altura do cargo, na visão da imprensa britânica.

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A política econômica da nova ministra se baseia em uma palavra que ela própria cunhou: "securonomics", uma junção das palavras "segurança" e "economia" em inglês.

O plano, aclamado por grandes figuras do empresariado britânico, coloca estabilidade, investimentos e reformas como os três pilares para reerguer a economia do país, hoje projetada para ter a maior inflação do G7 ao final de 2024.

A ideia é tornar o Reino Unido mais resiliente a choques econômicos, como os causados por conflitos globais, pelo Brexit e pela pandemia. "Quero que sejamos menos dependentes de países estrangeiros, particularmente aqueles que não compartilham nossos valores, para dar suporte às nossas necessidades básicas", disse ela em entrevista recente.

"Nosso plano é investir na indústria britânica para que haja mais empregos decentes pagando bons salários que, por sua vez, ajudem a reconstruir as finanças familiares."

O "securonomics" se assemelha ao Inflation Reduction Act (IRA, a Lei de Redução da Inflação), programa de Joe Biden para a transição energética nos Estados Unidos. A proposta mira tornar o Reino Unido mais autossuficiente na produção de energia e construir cadeias de fornecimento mais seguras para itens essenciais para a indústria.

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