Advogados e filhos de Bolsonaro criticam PF, e Flávio fala em perseguição

Advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticaram a Polícia Federal pelas conclusões do inquérito que apurou a venda de artigos de luxo recebidos de presente pelo governo brasileiro.

Já os filhos de Bolsonaro criticaram, nas redes sociais, o processo e a PF. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) falou em perseguição "descarada".

Bolsonaro foi indiciado nesta quinta-feira (4) sob suspeita dos crimes de organização criminosa (com previsão de pena de reclusão de 1 a 3 anos), lavagem de dinheiro (3 a 10 anos) e apropriação de bem público (2 a 12 anos).

Além dele, Fabio Wajngarten e Frederick Wassef, dois de seus advogados, foram apontados como suspeitos de lavagem e associação criminosa.

Advogado de Bolsonaro e ex-secretário de Comunicação Social da Presidência, Wajngarten classificou o indiciamento pela PF como uma decisão "arbitrária, injusta e persecutória". "É uma violência inominável e um atentado ao meu direito de trabalhar", disse, em nota publicada nas redes sociais.

Wajngarten afirmou que o indiciamento se baseia em uma afronta legal por ele ter exercido o trabalho de advogado do ex-presidente. Disse que não há provas para incriminá-lo.

"A PF sabe que não fiz nada a respeito do que ela apura, mas mesmo assim quer me punir porque faço a defesa permanente e intransigente do ex-presidente Bolsonaro. Se a intenção é a de me intimidar, não conseguirão."

Para o auxiliar de Bolsonaro, "o triunfo do estado policial por aqueles que se disseram vítimas dele, usado contra adversários políticos, certamente é um capítulo tenebroso de nossa democracia e será devidamente corrigido, ao tempo e a hora, por nossas instituições".

Ele também argumentou que só tomou conhecimento do caso das joias pela imprensa e que orientou, posteriormente, que os presentes vendidos nos Estados Unidos pelo ex-presidente e assessores fossem entregues ao TCU (Tribunal de Contas da União).

"Vazamentos anteriores da própria PF demonstraram cabalmente que eu jamais participei de qualquer negociação em torno da compra e venda dos presentes, que aliás só soube deles pela imprensa. Repito que apenas dei uma orientação jurídica para a devolução", escreveu.

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