Haddad diz que vai melhorar salário de médicos do sistema público, rever 'confisco' de aposentados e que Tarcísi
Fernando Haddad, candidato do PT ao governo de São Paulo, participou nesta sexta-feira (21) de sabatina no 💥️SP2. Na entrevista ao vivo, comandada pelo jornalista José Roberto Burnier, ele se comprometeu a melhorar a remuneração dos médicos da saúde pública, disse que irá rever o "confisco" da pensão dos servidores aposentados e ressaltou que seu adversário, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se mudou há seis meses para o estado💥️ (veja íntegra no vídeo acima).
"O problema do médico é remuneração. Não está faltando médico, nós estamos formando mais médicos no Brasil. Se você pagar o que o setor privado paga, você vai ter médico. Para você pagar bem, você tem que diminuir o custo por procedimento", afirmou.
No primeiro turno das eleições, Haddad recebeu 8.337.139 de votos (35,70%). Ele disputa o segundo turno com Tarcísio de Freitas, que teve 9.881.995 votos (42,32%).
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1 de 1 Fernando Haddad, candidato ao governo de SP pelo PT, durante entrevista ao SP2 — Foto: Fabio Tito/g1
Fernando Haddad, candidato ao governo de SP pelo PT, durante entrevista ao SP2 — Foto: Fabio Tito/g1
Confira abaixo trechos da entrevista de Haddad ao 💥️SP2:
Ao ser questionado sobre como obter apoios a nove dias do segundo turno, Haddad afirmou que todo apoio é "muito importante".
"Eu tenho o apoio do ex-governador Márcio França desde o primeiro turno. Tenho apoio do governador que por mais tempo governou o estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, a pessoa mais experiente para falar sobre o estado. Tenho o apoio de oito partidos neste momento, seis no primeiro turno e mais dois, PDT e Solidariedade, no segundo turno. Tenho apoio de todas as centrais sindicais de todo o movimento social, tenho apoio de grande parte do serviço público estadual que foi maltratado durante os últimos quatro anos. Eu acho que o que ganha uma eleição é a melhor proposta. A minha convicção é a de que nós temos o melhor plano de governo. Eu desafio as pessoas a numerar as propostas do meu adversário, Tarcísio de Freitas. Eu não consigo ver nenhuma proposta que dialogue com o povo de São Paulo porque ele mudou para cá há apenas seis meses."
Sobre a melhoria do atendimento da saúde no sistema público, o candidato afirmou que pretende agilizar o tratamento e também melhorar a remuneração dos médicos.
“Quando você tem agilidade no tratamento, o custo por procedimento cai. Você pode remunerar melhor o médico. O problema do médico é remuneração. Não está faltando médico, nós estamos formando mais médicos no Brasil. Se você pagar o que o setor privado paga, você vai ter o médico. Para você pagar bem, você tem que diminuir o custo por procedimento. Se a cirurgia sai cara, você não consegue fazer. Se você aumenta o fluxo de atendimento, você consegue remunerar, porque ele vai fazer mais cirurgias em um dia de trabalho.”
A respeito de infraestrutura em Saúde, o petista disse que irá investir em Hospitais Dia.
"Na verdade, o hospital dia é uma coisa relativamente nova, que prosperou muito na Europa e nos Estados Unidos. O que é o Hospital Dia? É um hospital sem a parte da hotelaria. Você não precisa internar a pessoa para ela fazer uma cirurgia de baixa ou média complexidade. Então, você tem uma escala de trabalho em que o cirurgião fica no centro cirúrgico e é uma linha de produção. Por exemplo: cirurgia de catarata, fazíamos mil aqui na capital por mês e nós duplicamos, passamos a fazer 2.000 cirurgias por mês nos Hospitais Dia.”
Sobre eventuais mudanças na carga tributária estadual, o candidato do PT disse que "se São Paulo ficar de braços cruzados diante da guerra fiscal, o Congresso não vai aprovar [uma reforma tributária], porque nós só temos 70 deputados federais no Congresso".
"Nós precisamos de uma reforma tributária aprovada pelo Congresso Nacional para que o imposto seja pago no destino da mercadoria. Eu vou entrar na briga pelas indústrias, eu vou fazer a reforma tributária baixando o ICMS até que o Congresso Nacional aprove a reforma tributária.”
Haddad afirmou que pretende rever a Reforma da Previdência dos servidores paulistas implementada por João Doria (sem partido) e afirmou que o chamado "confisco" sobre aposentados proposto pelo governo Doria é ilegal.
"Doria, por decreto, resolveu cobrar contribuição dos aposentados entre um salário mínimo e o teto da Previdência. Isso é ilegal. Você não pode fazer isso. Você não pode baixar um decreto, começar a descontar do contracheque de um aposentado que já contribuiu durante 25, durante 30 anos. É uma coisa que não tem nem previsão legal. Isso vai virar um enorme precatório."
Haddad reafirmou seu compromisso de criar um Bilhete Único Metropolitano, que possibilite ao passageiro integrar tarifas entre cidades paulistas.
"Eu fui subsecretário de Finanças na gestão da Marta [Suplicy, na Prefeitura de SP], e eu participei de dois projetos muito importantes para a cidade, a criação dos CEUS e a criação do Bilhete Único na capital. Não foi fácil. Foram dois anos de trabalho para viabilizar o projeto. Não é fácil você integrar a região metropolitana, mas a tecnologia existe. Ou seja, o governo do estado vai ter que entrar com um subsídio. Hoje você tem uma pessoa que mora na Grande São Paulo e trabalha na capital, chega a gastar R$ 30 por dia. R$ 15 de ida, R$ 15 de volta. Se eu fizer um bilhete de integração válido por quatro horas, ele chega ao trabalho e volta do trabalho com uma passagem. Ao invés de gastar R$ 30, ele vai gastar menos do que isso. E isso vai ajudar muito o próprio comércio, porque é uma forma de aumentar a renda do trabalhador."
"Se é gratuito, alguém está pagando, não é? Então, provavelmente a prefeitura que está subsidiando o transporte. Se ela já está subsidiando, ela não vai tirar o dinheiro. Ela vai manter o subsídio? O que eu vou permitir é que, ao invés da gratuidade ficar restrita àquele município, ele só via pagar se sair do município", explicou.
O petista afirmou pretender reestruturar a carreira dos policiais militares e civis e ampliar o efetivo.
"O déficit é de 15 mil [policiais], só que eu vou fazer isso [ampliar o efetivo] ao mesmo tempo que eu preciso reestruturar a carreira, tanto de policial militar quanto de policial civil. Nós vamos apresentar um plano de reestruturação da carreira e um plano de reposição do efetivo, e nós temos que fazer uma análise de custo de quanto isso vai custar."
E emendou: "A partir do momento que as categorias sentarem comigo, nós vamos ter que pactuar metas de redução de criminalidade. Eu vou fazer o esforço que for necessário para oferecer mais segurança para o povo de São Paulo. Mas eu vou fazer esse esforço junto com o plano de metas. Se a cidade é menor, mas tem o número de crimes proporcional maior, ela vai receber mais atenção. Então, nós vamos distribuir de acordo com a necessidade de cada cidade, lembrando que o atual governo deixou de contratar policiais militares acreditando que os prefeitos contratariam guarda civil, então onerou os cofres municipais, desonerou o cofre estadual".
"Isso não é uma boa política. A boa política é quando você faz um pacto federativo com os municípios e estabelece. De cada três celulares roubados no Brasil, um é no estado de São Paulo. De cada três crimes de estelionato por Pix em WhatsApp, um em São Paulo. O que eu tenho dito é o seguinte, não adianta só policiamento ostensivo, você tem que combinar o policiamento ostensivo com investigação para chegar na matriz da quadrilha que estava organizando esse crime."
Sobre o combate ao crime organizado, o candidato afirmou que "está faltando a investigação, nós estamos prendendo em flagrante e não damos consequência ao flagrante".
"O que é a consequência? Aquilo, aquele menino, aquele jovem que foi preso vai ser substituído por outro. Eles vão aliciar, eles vão vender facilidades, eles vão iludir as pessoas e trazer para a criminalidade. O que você precisa pegar é o receptador de carga roubada, de celular roubado ou de moto roubada de carro roubado. Esse é o ninho que nós temos que desbaratar. Agora, sem investigador e delegado, você vai chegar nessa organização como? Não tem como, não tem milagre. A Polícia Militar não vai conseguir chegar na organização criminosa, porque você precisa de inteligência, tecnologia, você precisa de tempo para fazer a investigação e chegar lá. É isso que está faltando em São Paulo. E a pior coisa que eu ouvi foi essa proposta do Tarcísio de separar em duas secretarias, polícia militar numa Secretaria, polícia civil na outra, não. Nós temos que integrar cada as duas polícias."
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