Guedes promete reajuste do mínimo acima da inflação; salário passou governo Bolsonaro sem alta real
O ministro da Economia, Paulo Guedes, insistiu nesta quinta-feira (27) que o salário mínimo será reajustado acima da inflação no ano que vem. O ministro também prometeu aumento real de cerca de 2% no salário dos servidores públicos.
1 de 1 O ministro da Economia, Paulo Guedes, em imagem de 6 de outubro de 2022 — Foto: Ueslei Marcelino/ReutersO ministro da Economia, Paulo Guedes, em imagem de 6 de outubro de 2022 — Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
O salário mínimo, no entanto, não teve nenhum reajuste acima da inflação ao longo do primeiro mandato do presidente Jair Bolsonaro. A última alta real entrou em vigor em 1º de janeiro de 2023, aprovada pelo governo Temer.
Segundo Guedes, a ausência de alta real foi devido aos impactos da pandemia de Covid-19. O reajuste de 2023, no entanto – que também não superou a inflação – foi aprovado antes da pandemia.
O ministro participou de um evento na Associação Comercial de São Paulo (ACSP) nesta quinta. Segundo ele, o aumento real dos servidores públicos já está previsto no orçamento, considerando a diferença entre a previsão da inflação e o fechamento do índice no fim do ano.
Segundo o ministro, será uma decisão política. “Pode ser até um pouco mais, um pouco menos. É uma decisão política. O governo é que decide”, afirmou.
Durante coletiva de imprensa na sede da ACSP, Guedes cometeu um deslize ao comentar a promessa do governo Bolsonaro de aumentar a faixa de isenção da tabela do Imposto de Renda.
Questionado pela reportagem do g1 sobre a promessa de isentar do imposto os trabalhadores com renda de até R$ 6 mil mensais – acima dos R$ 5 mil prometidos pelo ex-presidente Lula – o ministro da Economia afirmou que o governo Bolsonaro 'rouba menos'.
"Quem rouba não consegue pagar muito. Então, o que acontece? Se você pagar um salário mínimo de R$ 1.200, eu pago R$ 1.400. Se ele paga R$ 1.400, eu pago R$ 1.500. Se o Bolsa Família for de R$ 6 mil, eu pago R$ 7. Se você dá uma isenção, vira uma disputa política de ver quem chuta mais alto", disse Guedes.
Ao longo dos quatro anos de mandato, no entanto, o governo Bolsonaro não reajustou a tabela do Imposto de Renda , embora isso tenha sido uma promessa em sua primeira campanha à Presidência.
A correção do salário mínimo se tornou um dos principais temas dos candidatos à presidência da República na reta final da campanha eleitoral de 2022.
O assunto virou destaque após o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter afirmado na semana passada que o governo estuda desvincular o reajuste do salário mínimo e de aposentadorias do índice de inflação do ano anterior.
A declaração causou desconforto na campanha bolsonarista que, prontamente, tentou explicar a proposta. Isso porque alguns setores interpretaram que a medida poderia diminuir o valor do salário do mínimo. Guedes, no entanto, contradisse a afirmativa.
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